17 de jul 2025
Bactéria intestinal produz molécula que provoca aterosclerose, revela estudo
Estudo revela que imidazole propionate, presente em diabéticos, está ligado à aterosclerose em 63% de voluntários saudáveis. Novo tratamento promete bloquear seu efeito.

Um voluntário durante um ensaio clínico no Centro Nacional de Pesquisa Cardiovascular em Madrid. (Foto: CNIC)
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Um estudo recente revelou que o imidazole propionate, uma molécula produzida por certas bactérias intestinais, está diretamente relacionado à aterosclerose em humanos. A pesquisa, conduzida por cientistas espanhóis, analisou 400 voluntários saudáveis do Banco Santander, em Madrid, e constatou que 63% deles apresentavam sinais da doença, que pode levar a infartos e derrames.
Os pesquisadores descobriram que o imidazole propionate provoca uma reação inflamatória nas artérias ao interagir com células brancas do sangue imaturas. O biólogo David Sancho, líder do estudo, afirmou que "existe uma relação causal entre o imidazole propionate e a aterosclerose". Experimentos em camundongos confirmaram que a administração da molécula induziu a doença.
Além disso, a pesquisa identificou que um em cada cinco voluntários com aterosclerose ativa apresentava níveis elevados de imidazole propionate. Essa descoberta sugere que a aterosclerose não é apenas uma condição relacionada ao acúmulo de gordura, mas também possui um componente inflamatório e autoimune.
Avanços no Tratamento
Os cientistas também identificaram um receptor ao qual a molécula se liga e desenvolveram um medicamento capaz de bloquear esse efeito. Testes em camundongos alimentados com uma dieta rica em colesterol mostraram que o uso do inibidor impediu completamente o desenvolvimento da aterosclerose. O tratamento foi patenteado por Sancho e seus colegas, incluindo o cardiologista Valentín Fuster.
A pesquisa destaca que dietas ricas em vegetais, frutas e grãos integrais podem reduzir os níveis de imidazole propionate, sugerindo que mudanças na alimentação podem ser uma estratégia eficaz na prevenção da aterosclerose. O estudo foi publicado na revista Nature e promete revolucionar os métodos de diagnóstico e tratamento da doença cardiovascular, que anualmente causa a morte de 18 milhões de pessoas em todo o mundo.
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