Turismo impulsiona crescimento econômico da Espanha, superando os Estados Unidos

O clima frio de inverno não impediu a estudante americana Lucy Lisberg de almoçar em um restaurante ao ar livre na Plaza Mayor, em Madrid, durante sua primeira visita à Espanha. A jovem, oriunda da região de Chicago, comentou que “tudo aqui é um pouco mais barato” enquanto explorava a cidade antes de seguir para a Itália. “Eu amo aqui. Acho lindo,” disse Lisberg, admirando a arquitetura e a cultura local. O turismo está em alta na Espanha, impulsionado pelo aumento de visitantes dos Estados Unidos, o que tem sido um motor fundamental para o crescimento econômico do país.

De acordo com o Banco Central da Espanha, o PIB do país deve crescer 3,1% em 2024, superando a estimativa de 2,8% para os EUA, conforme dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). O turismo, que atraiu cerca de 94 milhões de visitantes estrangeiros em 2023, representou mais de 12% do PIB espanhol e uma parcela significativa dos empregos. Especialistas destacam que a natureza do turismo mudou, com um aumento na demanda por experiências mais sofisticadas, como visitas a vinícolas.

Além dos turistas, a imigração também tem contribuído para o crescimento econômico da Espanha, com cerca de quinhentos mil imigrantes chegando anualmente desde 2021. Essa nova força de trabalho, em sua maioria de países da América Latina, facilita a integração no mercado local. A Espanha também se beneficiou de sua dependência de gás natural da África do Norte, evitando os altos preços de energia que afetaram outros países europeus após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

A relação comercial da Espanha com os Estados Unidos é menos dependente, com as exportações para os EUA representando apenas 1,3% do PIB em 2023. Isso significa que o país pode sofrer menos com possíveis aumentos de tarifas prometidos pelo presidente Donald Trump. Economistas acreditam que, apesar de uma desaceleração esperada, a Espanha continuará a se destacar em relação à zona do euro, com previsões de crescimento de 2,3% para este ano, em comparação com 1% para a zona do euro.