05 de mar 2025
Setor automotivo se preocupa com chegada de 5,5 mil carros da BYD e pede aumento de impostos
A BYD importou 5.524 veículos elétricos e híbridos, aumentando o estoque no Brasil. A Anfavea pede elevação da alíquota de importação de 18% para 35% devido ao excesso. A entidade alerta sobre o risco de dumping por montadoras chinesas no mercado. O Brasil perdeu R$ 6 bilhões em tributos em 2024 por alíquotas baixas de importação. A fábrica da BYD na Bahia terá capacidade para 150 mil veículos anuais, ampliando a produção.
Foto:Reprodução
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A BYD importou 5.524 veículos elétricos e híbridos para o Brasil, incluindo os modelos Dolphin, Yuan e Song. O navio cargueiro BYD Explorer Nº 1 atracou no Portocel, em Aracruz (ES), na última semana, surpreendendo o setor automotivo. A Anfavea, associação que representa as montadoras, expressou preocupação com a chegada da remessa em um momento em que já existem mais de 40 mil unidades importadas em estoque no país.
A Anfavea solicitou ao governo federal a recomposição da alíquota de Imposto de Importação para veículos híbridos e elétricos de 18% para 35%. Desde julho de 2024, as alíquotas são de 18% para elétricos, 20% para híbridos plug-in e 25% para híbridos. A entidade argumenta que o Brasil possui uma das barreiras mais baixas do mundo para importações, tornando o mercado nacional um alvo fácil para modelos que enfrentam altas tarifas na América do Norte e Europa.
Em 2023, o Brasil vendeu mais de 120 mil veículos chineses, um aumento significativo em relação ao ano anterior. A Anfavea critica a atual alíquota, afirmando que ela não é suficiente para conter a importação desenfreada, que ameaça a produção local e os 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos gerados pela indústria automotiva. A associação também destacou que o país deixou de arrecadar R$ 6 bilhões em tributos em 2024 devido à baixa taxação.
A BYD, por sua vez, informou que a chegada do navio é parte de sua estratégia para atender à crescente demanda até que sua fábrica em Camaçari (BA) comece a operar. O complexo na Bahia será o maior fora da China, com capacidade inicial de 150 mil veículos por ano, podendo chegar a 300 mil na segunda fase. A Anfavea estuda solicitar ao governo uma investigação sobre possíveis práticas de dumping por parte das montadoras chinesas.
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