Mercados globais em turbulência após Trump ceder às pressões do mercado de títulos

Os mercados globais enfrentam turbulências devido à abordagem de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e à crescente guerra comercial com a China. A volatilidade das ações foi acompanhada por uma queda inesperada nos títulos do Tesouro dos EUA, que tradicionalmente são vistos como um porto seguro em tempos de crise. A venda abrupta desses títulos levantou preocupações sobre a confiança dos investidores nas promessas do governo americano, especialmente em um cenário de incertezas econômicas.

A situação se agravou quando, em meio à queda das ações, os investidores começaram a se desfazer de títulos do Tesouro, o que levou Trump a adiar a implementação de novas tarifas. O presidente reconheceu a influência do mercado de títulos, afirmando que "o mercado de títulos é muito complicado". Especialistas, como Mohit Kumar, economista-chefe da Jefferies, indicaram que a pressão do mercado foi um fator decisivo para a mudança na postura de Trump em relação às tarifas.

O rendimento do título do Tesouro americano de dez anos subiu para 4,5%, um aumento significativo em relação aos níveis mais baixos registrados dias antes. Essa alta nos rendimentos, que impacta diretamente as taxas de juros de empréstimos e hipotecas, gerou alarme entre analistas de mercado. A relação inversa entre preços de títulos e rendimentos sugere que a venda em massa pode indicar uma falta de confiança na estabilidade econômica dos EUA.

Analistas destacam que a situação atual reflete uma perda de confiança dos investidores na segurança dos ativos americanos, exacerbada pela política tarifária de Trump. O diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, reconheceu que o mercado de títulos influenciou a pausa nas tarifas, embora tenha minimizado a ideia de uma "movimentação de pânico". A queda do índice do dólar também sugere um alerta sobre a confiança dos investidores na economia americana, com especialistas afirmando que a situação pode complicar ainda mais a recuperação econômica.