Irlanda reduz previsão de crescimento econômico em meio a incertezas globais e tarifas dos EUA

O governo da Irlanda revisou suas previsões de crescimento econômico, reduzindo a expectativa de expansão de 2,9% para 2,5% em 2025. A decisão foi influenciada pela fragilidade da economia global e a possibilidade de uma guerra comercial transatlântica. Em um cenário de tarifas entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, o crescimento poderia cair para 2% este ano e 1,75% no próximo.

O ministro das Finanças irlandês, Paschal Donohoe, destacou que a nova realidade econômica representa um desafio significativo para a Irlanda, que se beneficiou do sistema comercial multilateral. Ele observou que tanto empresas quanto consumidores estão adotando uma postura de "esperar para ver", adiando compras de maior valor.

Déficit Comercial dos EUA

Recentemente, o déficit comercial dos Estados Unidos atingiu um recorde de US$ 140,5 bilhões em março, um aumento de 14% em relação ao mês anterior. Esse crescimento foi impulsionado por um aumento nas importações, especialmente de medicamentos, que subiram 71%. O déficit com a Irlanda disparou para US$ 29,3 bilhões.

As importações de medicamentos foram um fator crucial, com empresas farmacêuticas americanas, como Eli Lilly e Pfizer, operando diversas fábricas na Irlanda. O aumento das importações foi visto como uma tentativa de garantir o abastecimento antes da imposição de tarifas pelo governo de Donald Trump.

Impacto das Tarifas

As tarifas, que funcionam como impostos sobre produtos importados, têm gerado incertezas no comércio. Em abril, Trump anunciou tarifas mínimas de 10% sobre quase todos os países, com propostas de tarifas adicionais para a UE. A Comissão de Comércio da UE, liderada por Maros Sefcovic, afirmou que está se preparando para contramedidas caso as negociações não avancem.

A situação atual reflete um esforço das empresas para se adaptarem a um ambiente comercial em mudança, com a expectativa de que a redução do déficit comercial possa apoiar uma recuperação econômica nos próximos meses.