Fintechs brasileiras expandem atuação e conquistam mercados internacionais

Nos últimos anos, o Brasil se destacou na inovação financeira, com o surgimento de fintechs que surgiram em resposta a desafios econômicos, como inflação e juros altos. O Nubank, maior banco digital da América Latina, agora busca expandir sua atuação globalmente. Para isso, contratou Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, como vice-presidente do conselho de administração e chefe global de políticas públicas.

A chegada de Campos Neto, que assume suas funções em julho, é estratégica. Ele é reconhecido por sua liderança durante uma fase inovadora do sistema financeiro brasileiro, sendo responsável por iniciativas como o Pix e o Open Finance. O fundador do Nubank, David Vélez, destacou que a experiência de Campos Neto será crucial para o crescimento do banco em novas geografias.

Atualmente, o Nubank conta com 54 milhões de clientes no México e na Colômbia, representando mais da metade dos 100 milhões que possui no Brasil. A abertura de capital na bolsa de Nova York, em 2021, sinalizou a intenção da fintech de não se limitar ao mercado brasileiro. Diego Perez, presidente da Associação Brasileira de Fintechs, ressaltou que investidores esperam um ritmo de crescimento internacional.

Expansão das Fintechs Brasileiras

A ambição internacional não é exclusiva do Nubank. O Banco Inter, por exemplo, iniciou sua expansão nos Estados Unidos, onde já possui 4,5 milhões de clientes. A escolha do mercado americano visa preparar a fintech para oferecer uma conta multimoedas no futuro. Cassio Segura, diretor de mercados internacionais do Inter, afirmou que essa estratégia fortalece a empresa para novos desafios.

Além disso, a Pismo, que fornece plataformas de processamento em nuvem, escolheu o Reino Unido como seu ponto de entrada na Europa. Em 2023, a empresa foi adquirida pela Visa por 1 bilhão de dólares, destacando o potencial das fintechs brasileiras no cenário global.

O Brasil abriga 58% das fintechs da América Latina e atraiu mais de 10 bilhões de dólares em investimentos na última década. Cristiano Andrade, do Department for Business and Trade do governo britânico, afirmou que as inovações brasileiras, desenvolvidas para resolver problemas internos, agora servem de modelo para outros países.