Galícia incentiva imigração de descendentes e oferece subsídios para novos residentes

Alfonso Rueda, governador da Galícia, visitou o Brasil em novembro de 2024 para promover a imigração de descendentes de galegos. Ele convidou filhos e netos de galegos a retornarem à sua terra ancestral, oferecendo subsídios e bolsas para facilitar a mudança.

A proposta do governo galego visa atrair mão de obra para a Espanha, que registrou um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,2% em 2024, superando a média da zona do euro, que foi de 0,9%. Esse crescimento é impulsionado pela imigração, que contribui com 40% do avanço econômico do país. Desde 2020, a população espanhola cresceu quase 4%, alcançando 49 milhões de habitantes, sendo 9,5 milhões nascidos no exterior.

A imigração tem sido crucial para a economia espanhola, com 88% dos 468 mil novos postos de trabalho em 2024 ocupados por estrangeiros ou pessoas com dupla nacionalidade. O perfil dos imigrantes, em sua maioria da América Latina, facilita a integração, pois muitos falam espanhol e compartilham uma cultura semelhante.

O nutricionista carioca Luís Patrick Villaverde, por exemplo, chegou à Galícia com uma bolsa de 12 mil euros para um mestrado. Sua esposa, Priscila, também busca oportunidades de trabalho enquanto aguarda a homologação de seu diploma. Eles decidiram se mudar devido ao aumento do custo de vida e à violência no Brasil.

Setores em Crescimento

Além da imigração, o setor de serviços, especialmente o turismo, tem se destacado na economia espanhola. Em 2024, a Espanha recebeu 94 milhões de visitantes internacionais, representando 12,9% do PIB e mais de 11% dos empregos. Contudo, essa expansão gerou protestos em locais turísticos como Mallorca e Barcelona, onde manifestantes se opuseram ao turismo excessivo.

As exportações de serviços não turísticos, como consultoria e engenharia, também cresceram 31% desde 2019. A Espanha se beneficiou de fundos europeus para investimentos em infraestrutura e sustentabilidade, diversificando sua economia e mantendo relações comerciais estreitas com o Brasil.

Apesar do crescimento, a Espanha ainda enfrenta desafios, como altas taxas de desemprego e ineficiência no setor público. O desemprego, embora tenha caído de 25,9% em 2014 para 11,4% em 2024, ainda é um dos mais altos da Europa. A falta de moradia acessível e a complexidade do sistema tributário são questões que precisam ser abordadas para garantir um crescimento sustentável.