22 de jun 2025
Salmão turco se torna nova sensação do mar Negro e atrai investidores internacionais
Exportações de truta arco íris da Turquia crescem, mas setor enfrenta alta mortalidade e conflitos com pescadores locais.

Salmão turco é exibido em um mercado de peixes em Trabzon, no Mar Negro (Foto: Oman Koze/AFP)
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A produção de trutas arco-íris na Turquia, conhecida como “salmão turco”, teve um crescimento expressivo, saltando de US$ 500 mil em 2017 para US$ 86 milhões em 2024. Tayfun Denizer, diretor da Polifish, destaca que a demanda global por salmão impulsionou esse aumento, com 78 mil toneladas exportadas no último ano.
A proibição da importação de salmão norueguês pela Rússia, em resposta a sanções ocidentais, favoreceu o mercado turco. Cerca de 74,1% das exportações turcas foram destinadas à Rússia, com outros destinos como Vietnã e Japão. Denizer afirma que o sucesso do salmão turco se deve à experiência adquirida na criação de outras espécies, como robalo e dourada.
Desafios do Setor
Apesar do crescimento, a indústria enfrenta desafios significativos. Cerca de 70% dos salmões turcos morrem prematuramente, devido a doenças e práticas inadequadas de criação. Denizer admite uma taxa de mortalidade de 50% em sua empresa, enquanto a Akerko, concorrente, reporta menos de 5% no mar Negro.
Os criadores turcos utilizam lagos de represa para o crescimento inicial dos peixes, aproveitando a temperatura da água, que se mantém abaixo de 18 °C. Ismail Kobya, vice-diretor da Akerko, ressalta que o salmão turco é 15% a 20% mais barato que o norueguês e, segundo ele, superior em sabor e textura.
Conflitos com Pescadores Locais
A expansão das fazendas aquícolas no mar Negro gerou tensões com pescadores locais. Mustafa Kuru, presidente de um sindicato de pescadores, critica a instalação de gaiolas que, segundo ele, prejudicam a captura de peixes em áreas antes abundantes. A preocupação com a alimentação dos peixes e o uso de produtos químicos também é um ponto de discórdia.
A busca por certificações de práticas sustentáveis, como o selo ASC, tem sido uma estratégia dos produtores para acessar mercados europeus. Contudo, especialistas alertam que essas certificações não garantem a sustentabilidade, e a mortalidade elevada dos peixes continua a ser uma preocupação crescente.


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