25 de jun 2025
Aluguéis disparam na Espanha e moradores responsabilizam turismo excessivo
Governo espanhol propõe imposto sobre aluguéis de curto prazo e enfrenta pressão de inquilinos por medidas mais eficazes contra a crise habitacional.

90 milhões de turistas estrangeiros que vêm à Espanha todos os anos (Foto: NurPhoto via Getty Images)
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O mercado imobiliário na Espanha enfrenta uma pressão crescente, impulsionada pela alta demanda de investidores estrangeiros e pelo turismo. Essa situação tem dificultado o acesso à moradia para os moradores locais, especialmente em cidades como Madri e Barcelona.
Recentemente, o governo espanhol anunciou um imposto sobre aluguéis de curto prazo e a exclusão de anúncios sem licença no Airbnb. O Sindicato de Inquilinos, por sua vez, ameaça protestos caso medidas mais eficazes não sejam implementadas. A ministra da Habitação, Isabel Rodríguez, propôs um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) de 21% para aluguéis temporários, o dobro do que é cobrado para hotéis.
O corretor de imóveis Juan Sanchez exemplifica a situação ao mostrar um apartamento em Madri, que, apesar de ser listado como depósito, pode ser alugado por 1.300 euros mensais. A demanda por imóveis é alta, com muitos apartamentos sendo alugados para turistas e estudantes. Estima-se que existam mais de 4 milhões de apartamentos vagos na Espanha, enquanto 400 mil são destinados a aluguéis de temporada.
A escassez de moradias é agravada pela especulação imobiliária, especialmente por investidores estrangeiros. O preço médio de uma casa na Espanha subiu de 138 mil euros em 2014 para 178.700 euros em 2024. Em regiões como as Ilhas Baleares, os preços mais que dobraram. A diferença entre o aumento dos preços dos imóveis e o crescimento dos salários, que foi de apenas 23% na última década, tem gerado um descontentamento crescente entre a população.
Além disso, a falta de habitação social é um problema persistente. Em 2022, apenas 14.371 unidades de moradia social foram construídas, enquanto a média da União Europeia é significativamente maior. O Sindicato de Inquilinos promete intensificar os protestos se o governo não agir para reverter a situação, buscando recuperar imóveis que estão vazios ou alugados para turistas.
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