05 de jul 2025
Crime organizado mira no café e intensifica roubos no Brasil
Roubos de café aumentam no Brasil, levando agricultores a adotar medidas de segurança e seguros para proteger a colheita.

Trabalhador colhe grãos de café durante colheita em uma fazenda (Foto: Mauricio Palos/Bloomberg)
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Donizete Guidini, caminhoneiro, foi sequestrado durante um roubo de café em São Paulo na noite de abril. Ele transportava 30 toneladas de grãos quando foi abordado por homens armados, que o levaram a um posto de gasolina, roubaram o caminhão e a carga, e o deixaram vendado em um canavial. O Brasil, maior produtor de café do mundo, enfrenta um aumento nos roubos de grãos, especialmente com a alta nos preços da commodity.
Com a safra de café se aproximando, agricultores e entidades do setor alertam que o período entre maio e setembro pode ser o mais crítico em termos de roubos. Os preços do grão arábica, utilizado em cafés de alta qualidade, atingiram níveis recordes, tornando a colheita ainda mais atrativa para criminosos. Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo, destaca que a atividade criminosa se torna econômica com a valorização da safra.
Medidas de Segurança
Entidades como a Cocapec, cooperativa de cafeicultores, estão implementando novas medidas de segurança. Em abril e maio, foram distribuídos panfletos alertando sobre a necessidade de ações preventivas, como instalação de câmeras e controle de acesso às áreas de plantio. Além disso, a cooperativa lançou um seguro gratuito para associados que transportam café entre 6h e 19h.
O governo de Minas Gerais, maior estado produtor de café, também anunciou novas estratégias para combater o crime rural, incluindo um modelo de policiamento específico. Casos de roubos têm se tornado frequentes, com quadrilhas organizadas realizando assaltos em fazendas e armazéns. Em um incidente em junho, assaltantes roubaram 95 sacas de café em Minas Gerais, avaliadas em cerca de R$ 220 mil.
Impacto no Setor
Embora o roubo de cargas em geral tenha diminuído no Brasil, o furto de café tem aumentado nos últimos três anos, conforme dados do Ministério da Justiça. Ricardo Schneider, presidente do Centro do Comércio de Café de Minas Gerais, atribui essa tendência ao aumento dos preços. O café é mais difícil de rastrear do que outros produtos, o que o torna alvo fácil para criminosos.
A situação é preocupante para pequenos agricultores, que enfrentam não apenas os roubos, mas também o aumento dos custos de produção e desafios climáticos. Apesar das dificuldades, a carga roubada de Guidini foi recuperada horas depois, e um suspeito foi preso. A recuperação rápida é crucial em casos de roubo de carga, conforme afirmam especialistas do setor.
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