08 de jul 2025
Ferrovia que liga Atlântico ao Pacífico promete transformar economia brasileira
Brasil e China iniciam estudos para a Ferrovia Bioceânica, que promete encurtar em até 10 mil km o transporte de grãos e minérios.

Brasil e China firmaram parceria para estudos sobre proposta de ferrovia (Foto: Arte/UOL)
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Brasil e China firmaram um memorando de entendimento em sete de outubro para iniciar estudos sobre a Ferrovia Bioceânica, que ligará Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, ao porto de Chancay, no Peru. O projeto visa aprimorar a logística de exportação de grãos e minérios entre a América do Sul e a Ásia, com potencial para reduzir em até 10 mil km o trajeto marítimo.
A assinatura ocorreu durante uma reunião do subcomitê de infraestrutura da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), em Pequim. O projeto é uma continuidade das negociações entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, iniciadas no final de 2024. A ferrovia começará em Lucas do Rio Verde, conectando-se à Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) e à Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que leva ao porto de Ilhéus, na Bahia.
Traçado e Conexões
O traçado da ferrovia seguirá por Rondônia e Acre até a fronteira com o Peru, onde cruzará a Cordilheira dos Andes até o terminal de Chancay, controlado pela estatal chinesa Cosco Shipping Ports. Este porto é considerado estratégico para o escoamento de produtos sul-americanos para o mercado asiático. Os estudos técnicos, econômicos e ambientais serão realizados pela estatal brasileira Infra S.A. e pelo China Railway Economic and Planning Research Institute.
O governo brasileiro ainda não definiu orçamento, cronograma ou trechos exatos, e as análises considerarão pontos de integração logística já existentes. A Ferrovia Bioceânica faz parte do projeto Rotas de Integração Sul-Americana, que busca concentrar investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em regiões de fronteira.
Implicações e Desafios
Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicam que a nova ferrovia poderá encurtar o tempo de transporte em cerca de duas semanas, aumentando a competitividade do agronegócio e da mineração. No entanto, organizações ambientais alertam para os riscos associados ao traçado, especialmente em áreas sensíveis da Amazônia e territórios indígenas, pedindo avaliações ambientais detalhadas.
A Cosban acompanhará a evolução dos estudos, que são considerados cruciais para a execução e financiamento do projeto, que está em discussão há mais de uma década. O governo brasileiro afirma que qualquer decisão sobre execução, traçado e financiamento dependerá dos resultados desses estudos, que ainda não têm prazo para conclusão.


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