10 de jul 2025
Comércio brasileiro registra queda de 4,2% em junho e semestre termina negativo
Vendas do comércio brasileiro caem 4,2% em junho de 2025, refletindo a pressão do endividamento e da inflação nas famílias.

Shopping — Foto: Gabriel de Paiva/ Agência O Globo / Arquivo
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As vendas do comércio brasileiro enfrentaram uma queda de 4,2% em junho de 2025, conforme aponta o Índice do Varejo Stone (IVS). Em comparação ao mesmo mês do ano anterior, o recuo foi ainda mais acentuado, atingindo 4,6%. No acumulado do primeiro semestre, o volume de vendas caiu 0,5% em relação ao segundo semestre de 2024.
Os dados indicam que o setor varejista, após um período de crescimento, começa a mostrar sinais de desaceleração. O IBGE já havia registrado uma queda de 0,2% em maio, e os números de junho reforçam essa tendência. Guilherme Freitas, economista da Stone, destaca que, apesar da redução do desemprego e da criação de empregos formais, o consumo das famílias continua pressionado pelo alto endividamento.
Setores em Queda
Os setores mais dependentes de renda e crédito apresentaram desempenho negativo em junho, com quedas mensais de 3,7% e 3,9%, respectivamente. Na comparação anual, os recuos foram de 3,4% (renda) e 5% (crédito). O comércio digital também sofreu, com uma queda de 4,5% em junho, enquanto o comércio físico recuou 3,4%.
Todos os segmentos analisados registraram retração. Os maiores recuos ocorreram nos setores de móveis e eletrodomésticos (-6,4%), material de construção (-6,3%) e artigos de uso pessoal e doméstico (-4,3%). Hipermercados e supermercados caíram 3,7%, enquanto artigos farmacêuticos tiveram uma queda de 2,8%.
Desempenho Regional
Entre os estados, apenas quatro registraram crescimento nas vendas: Amapá (+4,5%), Tocantins (+3,8%), Roraima (+3,7%) e Pernambuco (+0,4%). Em contrapartida, o Rio Grande do Sul liderou as quedas, com um recuo de 14%, impactado por enchentes. Outros estados com desempenho negativo incluem Amazonas (-7%), Mato Grosso do Sul (-6,5%) e Rio Grande do Norte (-6,1%).
Esses dados sugerem que a economia brasileira está passando por um momento de perda de fôlego, e a continuidade dessa tendência deve ser monitorada nos próximos meses.
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