10 de jul 2025
Economistas alertam sobre impacto das tarifas de Trump na inflação brasileira
Economistas alertam para riscos da política tarifária dos EUA e defendem manutenção da taxa Selic em 15% ao ano até 2025.

Foto: Freepic
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A inflação no Brasil apresentou uma leve desaceleração em junho, com o IPCA registrando 0,24%, abaixo da expectativa do mercado. No entanto, a inflação acumulada em 12 meses permanece elevada, em 5,35%, superando a meta estabelecida pelo Banco Central.
Economistas analisam o cenário atual com visões divergentes. Para Luis Otávio Leal, economista chefe da G5 Partners, o resultado do IPCA sugere que o pior da inflação pode ter ficado para trás, mas a desaceleração pode não ser linear. Ele ressalta a necessidade de manter a taxa Selic em 15% ao ano até 2025, devido a incertezas econômicas.
Riscos Externos
A política tarifária dos Estados Unidos, que impõe tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, é uma preocupação crescente. Leal observa que a desvalorização do real pode impactar os preços, especialmente em bens industriais. A inflação de serviços, que continua a acelerar, é outro fator que pode pressionar a política monetária.
Flávio Serrano, economista-chefe do Banco BMG, também destaca que, apesar do alívio no curto prazo, os desafios de médio prazo persistem. Ele menciona que o mercado de trabalho forte e expectativas desancoradas podem manter a inflação de serviços elevada. A taxa de câmbio, que estava em R$ 5,45, já opera perto de R$ 5,60, o que pode complicar a dinâmica inflacionária.
Cenário de Incertezas
Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, alerta que a elevação das tarifas sobre produtos brasileiros adiciona incertezas ao cenário econômico. A resposta do governo brasileiro a essa situação será crucial. Retaliações podem aumentar os custos de produção, pressionando ainda mais a inflação.
A XP observa que, embora o IPCA de junho tenha mostrado um alívio nos preços, os impactos da guerra comercial entre Brasil e EUA serão fundamentais para a inflação nos próximos trimestres. O cenário permanece delicado, com a necessidade de monitorar de perto as políticas econômicas e suas repercussões.


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