16 de jul 2025
Exportações do Japão caem pelo segundo mês consecutivo e aumentam temores de recessão
Japão enfrenta queda nas exportações e pressões tarifárias dos EUA, aumentando o risco de recessão econômica.

Uma bandeira do Japão flutua perto de contêineres de carga na orla de Odaiba, em Tóquio, em 6 de agosto de 2020. (Foto: BEHROUZ MEHRI | Contributor | Getty Images)
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Os dados mais recentes mostram que as exportações do Japão caíram 0,5% em junho em relação ao ano anterior, seguindo uma queda de 1,7% em maio. Essa redução é atribuída à diminuição nas vendas para os Estados Unidos e China, os dois principais parceiros comerciais do país.
As exportações para os EUA caíram 11,4%, aprofundando a queda de 11% registrada no mês anterior. Para a China, a queda foi de 4,7%. Economistas esperavam um aumento de 0,5%, mas a realidade trouxe um cenário desafiador, especialmente com a iminente aplicação de uma nova tarifa de 25% sobre produtos japoneses, que entrará em vigor em 1º de agosto.
Tensão nas Negociações Comerciais
As tensões comerciais entre Japão e EUA aumentam à medida que as negociações não avançam. O presidente dos EUA, Donald Trump, reafirmou que a tarifa de 25% se aplicará às importações japonesas, sem expectativa de um acordo abrangente. Desde abril, os automóveis japoneses já enfrentam essa tarifa, representando 28,3% das exportações do Japão para os EUA em 2024.
Analistas alertam que essas tarifas adicionais podem levar a economia japonesa, que já depende fortemente das exportações, a uma recessão técnica. Em 2023, as exportações, incluindo serviços, representaram quase 22% do PIB japonês, segundo dados do Banco Mundial.
Desafios no Setor Agrícola
O negociador-chefe do Japão, Ryosei Akazawa, destacou que qualquer acordo deve incluir concessões para o setor automotivo, sem comprometer a agricultura do país. Recentemente, Trump criticou o setor de arroz japonês, afirmando que o Japão "não aceitará nosso arroz", apesar da escassez no país. Em 2024, o Japão importou mais de 350 mil toneladas de arroz dos EUA, que é o maior exportador desse produto para o Japão.
A economia japonesa já apresentou contração no primeiro trimestre de 2023, e uma nova queda pode confirmar uma recessão técnica. O cenário atual exige atenção redobrada, pois a dependência das exportações torna o país vulnerável a mudanças nas políticas comerciais globais.
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