Taxas dos DIs recuam com queda do dólar e ações do governo contra tarifas

As taxas dos DIs fecharam em baixa nesta quinta-feira, 27 de julho, refletindo o recuo do dólar e as iniciativas do governo Lula para lidar com o aumento de tarifas de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros. A taxa do Depósito Interfinanceiro para janeiro de 2027 ficou em 14,33%, uma queda de 4 pontos-base em relação ao ajuste anterior. Para janeiro de 2028, a taxa foi de 13,67%, enquanto para janeiro de 2031 e 2033, as taxas foram de 13,76% e 13,84%, respectivamente.

Desde o anúncio da tarifa em 9 de julho, as taxas dos DIs chegaram a subir 50 pontos-base, à medida que investidores ajustaram suas expectativas de risco. Contudo, nesta quinta-feira, alguns optaram por realizar lucros, contribuindo para a queda das taxas. O governo brasileiro continua a buscar soluções para mitigar os impactos da tarifa, que entrará em vigor em 1º de agosto.

Ações do Governo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sugeriu a formação de uma força-tarefa para identificar os principais pontos de conflito nas negociações com os EUA. Ele destacou que, embora o alongamento do prazo para a implementação da tarifa seja positivo, não resolve a questão, pois muitos contratos já estão sendo fechados. Haddad enfatizou a urgência de resolver a situação para evitar perdas significativas nos negócios.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o presidente Lula deve se reunir com o presidente dos EUA, Donald Trump, assim que houver oportunidade. Essa conversa é vista como crucial para discutir a tarifa e suas implicações.

Cenário Político e Econômico

No campo político, uma pesquisa Genial/Quaest revelou que Lula lidera todos os cenários para as eleições presidenciais de 2026. No segundo turno, ele também se destaca, embora haja empate técnico com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, dentro da margem de erro.

A expectativa do mercado é que a taxa Selic permaneça em 15% ao ano ao final deste mês, com 99% de probabilidade de manutenção. Na quarta-feira, as opções de Copom na B3 indicavam 91,99% de chances de manutenção, em contraste com apenas 5,20% de probabilidade de aumento. No exterior, os rendimentos dos Treasuries mostraram leve oscilação, com o rendimento do título de dez anos subindo para 4,461%.