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24 de jul 2025

EUA dependem da carne brasileira apesar da produção local em crescimento

Tarifa de 50% sobre carne brasileira pode elevar preços nos EUA e impulsionar Brasil a explorar novos mercados, como China e Sudeste Asiático.

Brasil oferta tipo específico de carne bovina para produção de carne moída, hambúrguer e outros embutidos (Foto: Divulgação/Mapa)

Brasil oferta tipo específico de carne bovina para produção de carne moída, hambúrguer e outros embutidos (Foto: Divulgação/Mapa)

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Nos últimos anos, a carne brasileira se consolidou como um importante fornecedor no mercado de carne bovina dos Estados Unidos. De janeiro a maio de 2025, o Brasil respondeu por 26,6% das importações de carne bovina dos EUA, um salto significativo em relação aos 0,5% registrados em 2020. Essa mudança é impulsionada principalmente pelos beef trimmings, que são essenciais para a produção de carne moída e hambúrgueres.

A crescente participação da carne brasileira no mercado americano ocorre em um contexto de escassez de fêmeas bovinas nos EUA, resultado de um ciclo prolongado de abates. Essa situação compromete a oferta de cortes usados na produção de carne moída, que representa cerca de 50% do consumo per capita de carne bovina no país. João Figueiredo, analista da Datagro, destaca que a ausência do Brasil no fornecimento de beef trimmings poderia causar um "gargalo importante" no mercado americano.

Impacto das Tarifas

Recentemente, o governo Trump anunciou uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros, o que pode elevar os preços da carne moída nos EUA. Figueiredo alerta que o setor de alimentos processados será o mais afetado, impactando diretamente o consumidor final. Embora países como Austrália e Argentina possam tentar preencher essa lacuna, nenhum deles possui a mesma escala e competitividade do Brasil, que tem a arroba bovina mais barata em dólares.

Fernando Iglesias, do Safras & Mercado, observa que, apesar da possibilidade de os EUA recomporem seu rebanho, esse processo pode levar anos. Atualmente, apenas 12,3% da carne bovina exportada pelo Brasil tem como destino os Estados Unidos. A medida de Trump pode, portanto, impulsionar o Brasil a explorar novos mercados, como China e Sudeste Asiático, onde a demanda por carne bovina continua a crescer.

Com essa dinâmica, o Brasil se posiciona para diversificar suas exportações, aproveitando a situação para fortalecer sua presença em mercados estratégicos. A dependência dos EUA em relação à carne brasileira pode resultar em um rearranjo nas correntes de comércio global, beneficiando o Brasil em um cenário de incertezas comerciais.

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