Adriana Kugler renuncia ao Fed e Trump ganha chance de nova indicação para o cargo

Adriana Kugler, governadora do Federal Reserve, anunciou sua renúncia ao cargo, que será efetiva em 8 de agosto de 2024. A decisão ocorre em um momento de crescente pressão do ex-presidente Donald Trump por cortes nas taxas de juros, o que pode impactar a política monetária dos Estados Unidos.

Em sua carta de renúncia, Kugler expressou sua honra em ter servido no Fed, destacando sua contribuição para o cumprimento do duplo mandato da instituição: controlar a inflação e manter um mercado de trabalho forte. Sua saída abre espaço para que Trump indique um novo membro para o conselho, alinhado às suas demandas por uma política monetária mais flexível.

Kugler, a primeira hispânica a ocupar um cargo no Fed, estava no conselho desde setembro de 2023 e seu mandato se estenderia até janeiro de 2026. A economista, que já atuou no Banco Mundial e no Departamento do Trabalho durante o governo Obama, não participou da última reunião de política monetária do Fed, citando motivos pessoais.

A renúncia de Kugler provocou reações imediatas nos mercados financeiros. Os títulos do Tesouro dos EUA, que já apresentavam alta, aceleraram os ganhos, com os rendimentos dos títulos de dois anos caindo significativamente. A expectativa agora é de que o Fed possa realizar cortes nas taxas de juros, com uma probabilidade de 90% de que o primeiro ocorra na próxima reunião, em setembro.

Trump, ao deixar a Casa Branca, manifestou satisfação com a nova vaga no Fed, insinuando que a saída de Kugler se deu por desavenças com o presidente da instituição, Jerome Powell. A pressão sobre Powell e o Fed aumentou após a decisão de manter as taxas inalteradas na última reunião, refletindo um cenário de incerteza e expectativas elevadas em relação à política monetária americana.