- A taxa efetiva média de tarifas sobre mercadorias brasileiras nos Estados Unidos chega a 30,9%, segundo o BTG Pactual.
- Este aumento é significativo em relação à tarifa média de 1,3% de 2024.
- As tarifas impactam 77,8% das exportações brasileiras, afetando setores como aço, alumínio e veículos.
- A Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que 41,4% da pauta exportadora enfrenta uma sobretaxa de 50%, atingindo 7.691 produtos.
- Economistas estimam que o impacto econômico será de US$ 6 bilhões, com uma queda de 0,2% do PIB em 2025 e 0,4% em 2026.
A partir de hoje, a taxa efetiva média de tarifas sobre mercadorias brasileiras nos Estados Unidos atinge 30,9%, conforme cálculos do BTG Pactual. Essa mudança, resultado das políticas comerciais da administração de Donald Trump, representa um aumento significativo em relação à tarifa média de 1,3% vigente em 2024.
As tarifas, que afetam 77,8% das exportações brasileiras, impactam setores como aço, alumínio e veículos. A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 41,4% da pauta exportadora enfrenta uma sobretaxa de 50%, atingindo 7.691 produtos. As economistas Iana Ferrão e Luiza Paparounis destacam que, embora o impacto macroeconômico direto seja limitado, os efeitos setoriais são significativos e podem se agravar com a deterioração da percepção de risco.
Setores em Foco
Os setores mais afetados incluem vestuário e acessórios (14,6%), máquinas e equipamentos (11,2%) e produtos têxteis (10,4%). Além disso, produtos de aço e alumínio, que enfrentam tarifas adicionais, representam 9,3% da pauta exportadora. O presidente da CNI, Ricardo Alban, enfatiza a necessidade de avançar nas negociações para reverter essas barreiras comerciais.
Em 2024, as exportações brasileiras para os EUA totalizaram 17,5 bilhões de dólares, com a indústria de transformação respondendo por 69,9% desse valor. O cenário atual exige uma mobilização conjunta entre governo e setores produtivos para enfrentar os desafios impostos pelas tarifas.
Expectativas e Impactos
Economistas projetam que o impacto do tarifaço será de US$ 6 bilhões para o Brasil, afetando especialmente setores que dependem das vendas para os EUA. A nova tarifa pode resultar em uma queda de 0,2% do PIB em 2025 e 0,4% em 2026. Apesar do aumento nas tarifas, as exportações brasileiras para os EUA cresceram 11% em julho, totalizando US$ 7,98 bilhões.
A balança comercial brasileira apresentou um superávit de US$ 7,4 bilhões no último mês, com exportações de US$ 32,3 bilhões. Embora a nova tarifa afete quase 4 mil itens, cerca de 700 produtos foram isentos, incluindo itens essenciais como aviões da Embraer. A situação continua a ser monitorada, especialmente em relação aos principais produtos da pauta de exportação.
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