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02 de ago 2025

Caetano Galindo lança 'Na ponta da língua' e desafia o conceito de idioma puro

Caetano Galindo defende a apropriação da riqueza da língua portuguesa e critica o elitismo na sua utilização durante a Flip

Galindo defende que o português do Brasil, surgido nas camadas populares, foi sequestrado pela elite (Foto: Márcia Foletto)

Galindo defende que o português do Brasil, surgido nas camadas populares, foi sequestrado pela elite (Foto: Márcia Foletto)

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Caetano Galindo, escritor e professor, participou da 23ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) no dia 2 de setembro, onde discutiu a evolução da língua portuguesa. Em sua mesa "Roçar a língua de Camões", ele desafiou a ideia de que o idioma é puro e imutável, incentivando os brasileiros a se apropriarem de sua riqueza linguística.

Galindo comparou seu projeto de divulgação da língua a uma cena do filme "Aprile", de Nanni Moretti, onde um personagem grita que "as pessoas precisam saber". O autor de "Na ponta da língua" (Companhia das Letras) argumenta que a língua é uma construção social marcada por preconceitos e poder. Ele critica a visão elitista que tenta ditar como as pessoas devem falar, ignorando a diversidade e a criatividade que caracterizam o idioma.

O livro de Galindo investiga a formação das palavras e o contexto simbólico em que elas surgiram. Ele destaca que o português do Brasil é resultado do aprendizado das camadas populares, e que as transformações na língua são naturais e contínuas. Um exemplo é a simplificação na marcação de plurais, que, segundo ele, é frequentemente vista como erro, mas é uma evolução linguística.

O autor também menciona que essa tendência não é exclusiva do português, ocorrendo em várias línguas. Galindo, que já traduziu obras de autores como William Faulkner e James Joyce, compartilha reflexões sobre o uso da língua em suas redes sociais, buscando desmistificar a norma culta e suas conotações elitistas.

Recentemente, a discussão sobre a língua portuguesa ganhou destaque em Portugal, onde imigrantes brasileiros são acusados de corromper a fala das novas gerações. Galindo identifica essa reação como um pânico moral, ressaltando que a presença cultural e digital do Brasil é significativa. Ele defende que os brasileiros devem assumir a propriedade de sua língua, superando a crença de que o que é local é inferior.

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