Putin exibe força militar em desfile sem público com apoio de Lula e Xi Jinping

Uma parada militar em Moscou, organizada por Vladimir Putin, marcou os 80 anos da vitória sobre a Alemanha nazista nesta sexta-feira (9). O evento, que ocorreu na Praça Vermelha, contou com a presença de líderes internacionais, incluindo o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente da China, Xi Jinping. A celebração foi criticada pela Ucrânia, que a classificou como um ato de cinismo.

O desfile militar foi descrito como uma "operação de guerra" sem público, com ruas bloqueadas e cercas metálicas. Putin, em seu discurso, reafirmou a narrativa de que a Rússia é uma barreira contra o nazismo e a russofobia, referindo-se à invasão da Ucrânia como uma "operação militar especial". Ele destacou que a sociedade russa apoia as ações do governo.

Lula e Xi Jinping foram os principais representantes de uma lista de líderes de 29 países, muitos deles considerados autocratas. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, criticou o evento, afirmando que não há outra forma de descrevê-lo a não ser como "um desfile de bile e mentiras".

A segurança foi intensificada devido a ameaças de drones ucranianos, resultando no fechamento temporário de aeroportos em Moscou. O governo ucraniano relatou mais de 700 ataques russos desde quinta-feira (8). O desfile também exibiu drones utilizados no conflito, reforçando a tensão entre os dois países.

Putin enfatizou que "a verdade e a justiça" estão do lado russo, enquanto mencionou a colaboração das tropas aliadas na vitória sobre os nazistas. O evento foi uma tentativa de reafirmar a posição da Rússia no cenário internacional, apesar das críticas e sanções enfrentadas desde o início da guerra na Ucrânia.