Brics discute saúde, inteligência artificial e clima em cúpula reduzida

Começa neste domingo, 6 de julho, a Cúpula de Líderes dos Brics, no Rio de Janeiro, reunindo 11 países, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O evento, que ocorre sob a presidência do Brasil, enfrenta ausências notáveis, como as dos presidentes Xi Jinping e Vladimir Putin.

A ausência de Putin se deve a um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), que o Brasil, como signatário, deveria acatar. O assessor de política externa russo, Yuri Ushakov, afirmou que a decisão de não comparecer se deu pela falta de um posicionamento claro do governo brasileiro sobre o mandado. Por sua vez, Xi não participará devido a conflitos de agenda, sendo representado pelo premiê Li Qiang.

Tensões no Oriente Médio

A cúpula também não contará com a presença do presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi, que cancelou sua participação em razão da escalada de tensões no Oriente Médio, especialmente devido à guerra entre Israel e Irã. A expectativa do governo brasileiro era de que al-Sisi visitasse Brasília após o encontro.

Além de al-Sisi, outros líderes, como Recep Erdogan, da Turquia, e Claudia Sheinbaum, do México, também não estarão presentes, enviando representantes em seus lugares. O evento se concentra em temas como saúde, meio ambiente e inteligência artificial, deixando em segundo plano as guerras em andamento.

Segurança e Protestos

O esquema de segurança no Rio de Janeiro é um dos mais rigorosos já montados para um evento internacional na cidade, com patrulhas das Forças Armadas e controle ampliado do espaço aéreo. Durante a cúpula, manifestantes se reuniram na Praia de Ipanema para protestar contra a presença do Irã, exigindo justiça pelas mulheres iranianas e criticando a aproximação do bloco com o regime.

A declaração final da cúpula deverá abordar a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) e reafirmar o apoio ao comércio em moedas locais, além de projetos de cooperação em diversas áreas. A expectativa é que os líderes aprovem três declarações conjuntas nas áreas prioritárias, resultado de discussões que vêm ocorrendo ao longo do ano.