14 de jul 2025
Mulher é presa por contrabandear bebê para o Reino Unido com história falsa
Mulher é presa no Aeroporto de Gatwick após retornar da Nigéria com bebê, revelando esquema de tráfico e falsificação de documentos.

Henrietta Coker tem décadas de experiência como assistente social (Foto: Getty Images)
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Uma mulher identificada como Susan foi presa no Aeroporto de Gatwick ao retornar da Nigéria com uma bebê, revelando uma complexa trama de tráfico de crianças. A prisão ocorreu após investigações que indicaram falsificação de documentos e a possibilidade de envolvimento em uma rede de "fábricas de bebês".
Susan, que residia em West Yorkshire, havia afirmado ao médico que estava grávida, o que foi desmentido por exames que revelaram um tumor. Após viajar para a Nigéria em junho de 2024, ela voltou ao Reino Unido com a bebê, chamada de Eleanor, e foi imediatamente detida pela polícia. A criança foi colocada sob cuidados de um lar temporário.
A investigação revelou que Susan e seu marido tentaram enganar as autoridades, apresentando documentos falsos e alegando que a bebê era fruto de um tratamento de fertilidade. No entanto, testes de DNA mostraram que não havia relação genética entre Susan e Eleanor. A mulher insistiu que os resultados eram errôneos, alegando ter utilizado óvulos e esperma de doadores.
Fábricas de Bebês
A assistente social Henrietta Coker, encarregada de investigar o caso, descobriu que a clínica onde Susan alegou ter feito o tratamento não tinha registros dela. Coker também encontrou condições precárias no local onde Susan afirmou ter dado à luz. A prática de "baby farming" é comum na Nigéria, onde muitas mulheres são forçadas a dar à luz repetidamente.
O juiz do caso, Recorder William Tyler KC, determinou que Susan e seu marido haviam criado uma "mentira fundamental" sobre a origem de Eleanor. Ele decidiu que a criança seria colocada para adoção, considerando o impacto emocional que a situação causou a ela. A bebê, atualmente em um lar temporário, receberá uma nova identidade e nacionalidade britânica após a adoção.
Preocupação com o Tráfico
Coker alertou que casos semelhantes têm se tornado frequentes, com pelo menos doze investigações de tráfico de crianças desde a pandemia. A prática de compra e venda de bebês é uma preocupação crescente, levando o governo britânico a restringir adoções da Nigéria devido a evidências de tráfico organizado.
Patricia Durr, CEO da ECPAT, uma organização anti-tráfico, destacou a gravidade desses casos, que negam o direito à identidade das crianças. O governo britânico reafirmou seu compromisso em combater a entrada ilegal de crianças no país, alertando que falsificar a paternidade é crime.
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