Bebês de Gaza enfrentam fome sem leite em fórmula disponível

A situação humanitária em Gaza se deteriorou ainda mais com a escassez de leite de fórmula para recém-nascidos, levando mães a práticas alimentares perigosas. O bloqueio imposto por Israel, que começou em março, dificultou o acesso a suprimentos essenciais, afetando mais de dois milhões de habitantes.

Mães como Hadeel Abu Ghali enfrentam um desespero diário. Ela relata que seu filho, um recém-nascido prematuro, chora de fome, enquanto ela não consegue alimentá-lo. A falta de leite de fórmula se tornou crítica, e os preços de itens básicos dispararam, tornando a compra quase impossível. Organizações como a Unicef e a OMS têm solicitado acesso urgente a esses produtos, mas a ajuda humanitária continua bloqueada.

Dados alarmantes indicam que 1.360 bebês menores de seis meses estão em risco iminente de desnutrição. Abdullah Sharshara, presidente da Associação Ajyal para a Criatividade e o Desenvolvimento, classifica a situação como um "crime moral e humanitário". A ONU alerta que a fome atinge toda a população de Gaza, com meio milhão de pessoas em risco extremo.

A escassez de leite de fórmula força mães a recorrer a soluções inadequadas, como água de arroz ou alimentos sólidos precoces, contrariando as recomendações da OMS. A médica Rana Abu Zaitar destaca que essas práticas podem resultar em sérias complicações de saúde, incluindo desnutrição e infecções.

Além disso, a falta de nutrientes afeta a saúde das mães, com entre 50% e 60% das lactantes apresentando algum grau de malnutrição. Isso impacta diretamente a produção de leite, aumentando o número de partos prematuros e complicações para os recém-nascidos. A situação em Gaza é uma emergência humanitária que exige atenção imediata e ações efetivas para salvar vidas.