Shapps destaca foco em salvar vidas após vazamento de dados no Afeganistão

Vazamento de dados afeta afegãos que trabalharam com o governo britânico

Um vazamento de dados envolvendo informações de quase 19.000 afegãos que colaboraram com o governo britânico foi revelado em fevereiro de 2022, gerando preocupações sobre a segurança desses indivíduos. O ex-secretário de Defesa, Grant Shapps, defendeu a decisão de manter o incidente em segredo, alegando que a divulgação poderia colocar vidas em risco.

Em entrevista à BBC, Shapps afirmou que a super-injunction que impedia a divulgação do vazamento foi "justamente" solicitada por seu antecessor. Ele destacou que muitos dos afetados corriam risco de morte devido à possibilidade de retaliação do Talibã. O ex-secretário enfatizou que, se houvesse dúvidas sobre a segurança, a cautela era "totalmente justificada", com foco em "salvar vidas".

O vazamento ocorreu quando um funcionário da sede das Forças Especiais do Reino Unido enviou acidentalmente mais de 30.000 solicitações de reassentamento a uma pessoa fora do governo, acreditando que estava enviando dados de apenas 150 indivíduos. Além dos afegãos, informações de mais de 100 britânicos, incluindo espiões e membros das forças especiais, também foram expostas.

Resposta do governo

Após a descoberta do vazamento em 2023, o governo britânico criou o Afghanistan Response Route (ARR), um esquema de reassentamento para os afetados. Apesar do risco à segurança, os indivíduos não foram informados sobre o vazamento. Até agora, 4.500 afegãos e seus familiares conseguiram se mudar para o Reino Unido, e mais 2.400 estão previstos para serem reassentados, com um custo estimado de £850 milhões.

O Ministério da Defesa não revelou quantas pessoas na Afeganistão podem ter sido prejudicadas pelo vazamento. O governo do Talibã, por sua vez, afirmou que não prendeu ou monitorou os afegãos afetados pelo incidente.