Prefeito de Newark denuncia operação do ICE como 'terrorismo ilegal' contra imigrantes e cidadãos

O prefeito de Newark, Ras Baraka, denunciou uma operação do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE) realizada sem mandado judicial em um comércio local, onde foram detidos imigrantes e cidadãos americanos, incluindo um veterano do Exército. A ação ocorreu na quinta-feira, um dia após a assinatura de decretos pelo presidente Donald Trump que reverteram políticas de imigração. Baraka afirmou que as detenções não se alinham com os critérios de Trump, que exigem que imigrantes sem documentos tenham cometido crimes.

Testemunhas relataram que os detidos eram em sua maioria de origem equatoriana, uma comunidade significativa na região. O prefeito classificou a operação como uma "violação" da Constituição, ressaltando que nenhuma das pessoas detidas era criminosa. Ele criticou a abordagem do ICE, que, segundo ele, promove um clima de medo e discriminação, especialmente contra pessoas de aparência similar à sua.

A diretora-executiva da New Jersey Alliance for Immigrant Justice, Amy Torres, descreveu a operação como um evento aterrorizante, onde os agentes, fortemente armados, bloquearam entradas e saídas sem apresentar mandados. Torres argumentou que essa abordagem infringe os direitos constitucionais e cria um ambiente de isolamento para os imigrantes, que se sentem forçados a não buscar ajuda em situações de emergência.

Organizações de direitos dos imigrantes, como a União Americana pelas Liberdades Civis (UCLA), emitiram diretrizes para a comunidade imigrante, recomendando que não abram a porta sem um mandado judicial e que permaneçam em silêncio até obter assistência legal. As detenções ocorreram em um momento em que a administração Trump intensifica a repressão à imigração, com planos para desafiar leis de "cidades-santuário" e aumentar as deportações.