18 de fev 2025
Deslocamento de 40 mil palestinos na Cisjordânia é o maior desde 1967, afirmam especialistas
A operação militar israelense deslocou mais de 40 mil palestinos, o maior número desde 1967. A ofensiva, iniciada em 21 de janeiro, visou cidades como Jenin e Tulkarem. O Exército de Israel alega que a ação visa combater militantes, mas palestinos temem controle permanente. A destruição de infraestrutura humanitária agrava a crise, tornando campos de refugiados inabitáveis. O discurso atual normaliza o deslocamento forçado, alterando o panorama político da região.
Foto:Reprodução
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Uma operação militar de Israel na Cisjordânia, que se estendeu por semanas, resultou no deslocamento de cerca de 40 mil palestinos, marcando o maior êxodo civil desde a guerra árabe-israelense de 1967. A ofensiva, iniciada em 21 de janeiro, visou conter a militância em cidades como Jenin e Tulkarem, levando muitos a buscarem abrigo em locais improvisados, como escolas e mesquitas. Enquanto o Exército israelense alega que a operação é uma resposta a ameaças terroristas, palestinos temem que isso represente uma tentativa de deslocamento permanente e controle sobre áreas administradas pela Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Historiadores e especialistas observam que o deslocamento atual supera o registrado durante a Segunda Intifada em 2002 e os confrontos intra-palestinos deste ano. O Exército israelense destruiu diversas infraestruturas, incluindo dezenas de edifícios, e causou danos severos em mais de 150 casas em Jenin. O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU alertou que a infraestrutura de água e saneamento foi comprometida, tornando os campos de refugiados inabitáveis. Hakeem Abu Safiye, responsável pelos serviços de emergência em Tulkarem, destacou que a situação é crítica, com os campos fora de operação.
O tenente-coronel Nadav Shoshani, porta-voz do Exército, afirmou que a operação visa erradicar grupos militantes, negando qualquer política de evacuação forçada. No entanto, relatos de palestinos indicam que muitos foram instruídos a deixar suas casas sob ameaça. Aws Khader, proprietário de um supermercado, relatou que soldados usaram megafones para ordenar a evacuação, enquanto outros deslocados descreveram a brutalidade das operações. A situação é exacerbada por um discurso crescente que normaliza o deslocamento forçado, segundo a historiadora Maha Nassar.
Desde a captura da Cisjordânia em 1967, Israel tem consolidado seu controle sobre a região, construindo assentamentos e restringindo a movimentação palestina. O atual governo, sob a liderança de Bezalel Smotrich, intensificou essas ações, levando a um aumento das tensões. A ideia de "limpar" a terra de palestinos ganhou força, refletindo uma escalada significativa no conflito. A destruição da infraestrutura e o deslocamento forçado levantam preocupações sobre o futuro dos palestinos na região, com muitos temendo que suas casas nunca mais sejam recuperadas.
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