Friedrich Merz lidera CDU à vitória nas eleições; extrema direita avança na Alemanha

Friedrich Merz, líder da União Democrática Cristã (CDU), declarou vitória nas eleições parlamentares da Alemanha, realizadas no último domingo, 23 de março de 2024, após a apuração parcial indicar que seu partido obteve 28% dos votos. A formação de uma nova coalizão será desafiadora, uma vez que a extrema direita, representada pelo partido Alternativa para a Alemanha (AfD), conquistou 21%, dobrando seu percentual em relação a 2021. O Partido Social-Democrata (SPD), do atual chanceler Olaf Scholz, teve seu pior desempenho, com apenas 16% dos votos.

Merz se comprometeu a iniciar rapidamente as negociações para restaurar a liderança da Alemanha na Europa, afirmando que “o mundo não espera longas conversas e negociações de coligação”. O chanceler Scholz reconheceu a derrota, expressando um “sentimento amargo” e confirmou que permanecerá no cargo até que um novo governo seja formado. A líder do AfD, Alice Weidel, manifestou interesse em negociar com Merz, embora ele tenha declarado que não deseja formar uma coalizão com a extrema direita.

Os resultados eleitorais indicam uma preferência dos eleitores por um governo conservador para enfrentar questões urgentes, como a economia estagnada e a infraestrutura deficiente. A migração foi um tema central na campanha, com a participação eleitoral alcançando 83%, um recorde. A grande votação do AfD pode complicar as negociações, já que os principais partidos se recusam a formar alianças com eles, seguindo uma estratégia histórica para evitar o retorno de extremistas ao poder.

Merz, de 69 anos, é um conservador social e liberal econômico que levou a CDU a uma postura mais à direita, especialmente em relação à imigração. Desde que assumiu a liderança do partido em 2021, ele tem enfrentado críticas, inclusive da ex-chanceler Angela Merkel, por depender do apoio da extrema direita em questões de migração. Merz, natural de Sauerland, foi eleito pela primeira vez para o Parlamento Europeu em 1989 e, posteriormente, para o Parlamento Alemão em 1994.