Governo defende soberania após acusações contra Bolsonaro sobre o tema

A Polícia Federal (PF) realizou uma operação na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira, 27 de outubro, em Brasília. A ação é parte de investigações sobre crimes que ameaçam a soberania nacional, incluindo obstrução à Justiça, tipificação sancionada pelo próprio Bolsonaro em 2021.

Como resultado da operação, o ex-mandatário foi submetido a medidas cautelares, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de comunicação com diplomatas. Além disso, foram apreendidos US$ 14 mil e R$ 8 mil em dinheiro, além de um pendrive encontrado em sua residência.

A conta oficial do Governo do Brasil publicou um vídeo nas redes sociais, enfatizando a soberania nacional com a legenda "Sextou com S de Soberania". A postagem coincide com a operação da PF e apresenta uma música que destaca a importância da soberania e do povo brasileiro. Apesar da repercussão, o Palácio do Planalto optou por não comentar oficialmente sobre a ação da PF.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que Bolsonaro deve cumprir recolhimento domiciliar noturno e não pode se aproximar de embaixadas ou utilizar redes sociais. As investigações apontam para o risco de fuga do ex-presidente, que é acusado de coação no curso do processo e de atentado à soberania nacional, crimes que podem resultar em penas de reclusão de três a oito anos.

A decisão de Moraes também menciona manifestações recentes de Donald Trump, que foram interpretadas como ameaças à soberania brasileira. O magistrado citou a frase de Machado de Assis sobre a soberania nacional, reforçando a gravidade da situação. A operação da PF incluiu mandados de busca e apreensão em sua residência e no escritório do PL em Brasília.