- A Expedição 405 do Programa Internacional de Descoberta dos Oceanos (IODP) ocorreu entre setembro e dezembro de 2024 na Fossa do Japão.
- O objetivo foi investigar terremotos e tsunamis, coletando amostras do descolamento basal da falha responsável pelo mega-terremoto de Tōhoku em 2011.
- Os cientistas perfuraram mais de 800 metros abaixo do fundo do mar, acessando uma zona de falha pouco explorada.
- A análise das amostras revelou sequências de sedimentos que ajudam a entender eventos geológicos passados e a prever futuros desastres.
- Um observatório de longo prazo foi instalado para monitorar temperatura e pressão na falha, fornecendo dados em tempo real sobre sua evolução.
A Expedição 405 do Programa Internacional de Descoberta dos Oceanos (IODP), realizada entre setembro e dezembro de 2024, explorou a Fossa do Japão para investigar os terremotos e tsunamis que afetam a região. A missão, que utilizou o navio de perfuração Chikyu, envolveu 60 cientistas de diversas áreas, incluindo sedimentologia e geologia, em busca de amostras do descolamento basal da falha que causou o devastador mega-terremoto de Tōhoku em 2011.
Durante a expedição, os pesquisadores perfuraram mais de 800 metros abaixo do fundo do mar, acessando uma zona de falha onde apenas uma expedição anterior havia atuado. O objetivo principal foi entender as condições que levam à ocorrência de tsunamis, coletando núcleos de sedimentos que revelam a história geológica da região. Os dados obtidos ajudarão a esclarecer como esses eventos catastróficos são desencadeados.
O terremoto de Tōhoku, que ocorreu em 11 de março de 2011, teve magnitude 9,1 e resultou em mais de 18.000 mortes e danos estimados em US$ 235 bilhões. A ruptura da falha ocorreu em uma parte rasa da Fossa do Japão, desafiando a crença de que essas zonas de subducção se comportam de forma silenciosa. A expedição atual busca compreender melhor a dinâmica dessas falhas e a frequência de terremotos na região.
Coleta de Dados e Análises
Os cientistas coletaram amostras de rochas e sedimentos, incluindo materiais que podem facilitar o deslizamento das placas tectônicas. A análise dos núcleos revelou sequências de sedimentos que indicam eventos geológicos passados, como deslizamentos submarinos e a formação de turbiditos. Essas informações são cruciais para prever a ocorrência de futuros terremotos e tsunamis.
Além disso, um observatório de longo prazo foi instalado para monitorar a temperatura e a pressão do fluido na falha, permitindo a coleta de dados em tempo real sobre a evolução da falha ao longo do tempo. Essa abordagem inovadora pode oferecer insights valiosos sobre a dinâmica das falhas tectônicas e contribuir para a preparação contra desastres naturais.
A Expedição 405 do IODP representa um avanço significativo na compreensão dos terremotos e tsunamis, com implicações para a segurança de regiões vulneráveis em todo o mundo. O conhecimento adquirido pode ajudar a melhorar as avaliações de risco e as estratégias de mitigação, aumentando a resiliência global frente a esses fenômenos naturais.