O Brasil está enfrentando um aumento alarmante no número de picadas de escorpiões, com quase 67 mil casos em 2014 e cerca de 170 mil em 2023, segundo dados do Sinan. Um artigo recente na revista Frontiers descreve essa situação como uma “epidemia oculta” e sugere ações para conter o problema. A espécie mais comum, Tityus serrulatus, se adapta bem ao ambiente urbano, especialmente em esgotos, o que facilita sua proliferação. Mudanças climáticas também podem estar contribuindo para o aumento de picadas, já que essa espécie prefere climas mais quentes. Além disso, o Tityus serrulatus se reproduz de forma que um único escorpião pode gerar muitos outros. O tratamento atual para picadas é o soro anti escorpião, que é recomendado apenas para grupos de risco, como crianças e idosos. A professora Eliane Candiani Arantes, que estuda essa espécie, destaca a necessidade de melhorar o acesso a serviços de saúde e a comunicação sobre onde buscar ajuda. Medidas de prevenção, como aplicar superfícies lisas em muros e dedetização, também são importantes para evitar a presença de escorpiões. Se alguém encontrar um escorpião, é melhor mantê-lo à distância e procurar ajuda médica rapidamente em caso de picada.
O Brasil enfrenta um aumento alarmante de acidentes por picadas de escorpiões, com cerca de 170 mil casos registrados em 2023, um crescimento significativo em relação aos quase 67 mil casos em 2014. Essa situação foi classificada como “epidemia oculta” em um artigo publicado na revista científica Frontiers.
Pesquisadores apontam que a principal espécie responsável por esse aumento é o Tityus serrulatus, que se adapta bem ao ambiente urbano, especialmente em esgotos. A professora Eliane Candiani Arantes, da Universidade de São Paulo (USP), destaca que todas as residências estão interligadas pela rede de esgoto, aumentando a probabilidade de encontros com esses animais.
Além da urbanização, as mudanças climáticas podem estar contribuindo para o crescimento dos acidentes. A espécie Tityus serrulatus é mais comum em regiões quentes do Brasil, e o aumento de casos no Sul, antes menos afetado, pode ser relacionado a essas alterações climáticas. Outro fator que agrava a situação é a reprodução por partenogênese, permitindo que um único escorpião crie um novo foco populacional.
Medidas de Prevenção
A professora Arantes ressalta a necessidade de melhorar o acesso a serviços de saúde para o tratamento de picadas. O soro antiescorpiônico é recomendado apenas para grupos de risco, como crianças e idosos. A comunicação sobre onde buscar ajuda em casos de picadas também precisa ser aprimorada.
A população pode adotar algumas medidas para prevenir acidentes, como aplicar estruturas lisas em paredes e muros, dificultando a escalada dos escorpiões. A dedetização, embora mais cara, é eficaz, pois os escorpiões se alimentam de baratas. Em caso de picadas, é crucial procurar atendimento médico rapidamente e notificar os centros de vigilância para que ações de controle sejam implementadas.
A professora recomenda que, ao encontrar um escorpião, o ideal é matar o animal com um objeto longo, evitando o contato direto, que pode resultar em picadas. É importante verificar se o escorpião realmente está morto, pois ele pode simular a morte.