A ANS está analisando uma proposta para criar um plano de saúde que cubra apenas consultas e exames, com o objetivo de aumentar o acesso ao sistema de saúde. Essa ideia, que surgiu em fevereiro, gera debates sobre sua eficácia e o impacto no SUS. O plano não incluirá atendimentos de urgência e internação e está sendo avaliado por uma câmara técnica. A ANS acredita que essa opção pode ajudar as pessoas que dependem do SUS e utilizam serviços pagos, como clínicas populares. Atualmente, cerca de 50 milhões de brasileiros estão nessa situação, e a proposta pode beneficiar os 27,6 milhões de trabalhadores formais que não têm plano de saúde. Uma pesquisa mostra que muitos brasileiros enfrentam dificuldades para agendar consultas e exames, e 61% estão interessados na nova proposta, embora haja preocupações sobre a sobrecarga do SUS.
Avaliada como uma alternativa para revitalizar o setor de saúde suplementar, a proposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de criar um plano de saúde limitado a consultas e exames está em análise. A ideia, que surgiu em fevereiro, visa ampliar o acesso ao sistema, mas gera controvérsias sobre sua eficácia e impacto no Sistema Único de Saúde (SUS).
O plano, que não cobre atendimentos de urgência e internação, está sendo avaliado por uma câmara técnica. A ANS argumenta que a proposta é direcionada a consumidores que atualmente dependem do SUS e utilizam serviços pagos, como clínicas populares e cartões de desconto. Estima-se que cerca de 50 milhões de brasileiros estão inseridos nesse cenário, com a ANS projetando até 60 milhões de consumidores fora do sistema regulado.
A consultora Luciane Infanti, da Eloss, destaca que o aumento das despesas com saúde privada, que em 2023 movimentaram R$ 578 bilhões, reflete a busca por serviços mais acessíveis. Cerca de 34% da Classe C depende exclusivamente do SUS, enquanto 46% recorre a atendimentos privados fora das operadoras. A proposta da ANS pode ser uma opção para os 27,6 milhões de trabalhadores formais sem plano de saúde.
A ANS acredita que o novo plano pode aliviar a pressão sobre o SUS, especialmente na atenção primária. Uma pesquisa do Instituto Locomotiva revela que 42% dos brasileiros consideram a demora no agendamento de consultas e exames como o principal problema da saúde pública. Apesar do interesse de 61% dos entrevistados na proposta, há preocupações sobre a sobrecarga dos atendimentos de média e alta complexidade no SUS.