- A situação de fome em Gaza é crítica, com a ONU alertando que meio milhão de pessoas está à beira da morte devido ao bloqueio israelense.
- A desnutrição global afeta 295 milhões de pessoas, incluindo 37 milhões de crianças com desnutrição aguda.
- A retirada da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) interrompeu a distribuição de alimentos terapêuticos, resultando em previsões de 369 mil mortes infantis por desnutrição até 2025.
- A USAID financiava a maior parte dos produtos de Alimento Terapêutico Listo para Usar (RUTF), essenciais para o tratamento da desnutrição infantil.
- A falta de um plano claro para a distribuição de alimentos agrava a crise humanitária em Gaza e outras regiões afetadas pela desnutrição.
A situação de fome em Gaza se agrava, com a ONU alertando que meio milhão de pessoas está à beira da morte devido ao bloqueio israelense. Além disso, a desnutrição global afeta 295 milhões de indivíduos, sendo 37 milhões crianças com desnutrição aguda. A retirada abrupta da USAID resultou na paralisação da distribuição de alimentos terapêuticos, levando a previsões alarmantes de 369.000 mortes infantis por desnutrição até 2025.
A USAID era responsável por financiar a maior parte dos produtos de Alimento Terapêutico Listo para Usar (RUTF), essenciais no combate à desnutrição infantil. Em 2024, a UNICEF tratou mais de nove milhões de crianças com desnutrição aguda grave utilizando esse tratamento. Contudo, a interrupção do financiamento da USAID comprometeu toda a cadeia de distribuição, resultando em um cenário crítico. Luis González, da ONG Ação contra o Hambre, destacou que a ausência da USAID paralisou o sistema, afetando tanto a disponibilidade de produtos quanto o pessoal envolvido na distribuição.
Estudos indicam que, desde a interrupção dos programas da USAID, cerca de 300.000 crianças já podem ter morrido devido à falta de acesso a tratamentos. A revista Nature aponta que a retirada da USAID pode resultar em quatro a cinco milhões de mortes infantis até 2030. Saskia Osendarp, do Micronutrient Forum, enfatizou que a falta de apoio está deixando milhões de crianças sem acesso a serviços essenciais de nutrição.
Além disso, a pressão política nos EUA tem gerado cortes significativos na ajuda humanitária global. Países como Reino Unido e França também anunciaram reduções de até 40% em seus orçamentos de ajuda, impactando diretamente a luta contra a desnutrição. A Ação contra o Hambre já fechou programas em locais como Sudão, onde a fome é uma realidade alarmante.
A situação se complica ainda mais com o desperdício de toneladas de produtos alimentares que não estão sendo distribuídos. O Departamento de Estado dos EUA ordenou a destruição de 500 toneladas de alimentos que haviam vencido, enquanto 60.000 toneladas de suplementos permanecem estocadas sem uso. A falta de um plano claro para a distribuição de produtos essenciais continua a agravar a crise humanitária em Gaza e em outras regiões afetadas pela desnutrição.