- O Brasil é o segundo país do mundo em procedimentos estéticos, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps).
- A harmonização facial é um dos procedimentos mais procurados, mas o excesso pode comprometer a naturalidade e causar arrependimento.
- Mais da metade dos pacientes chega ao consultório com referências de celebridades, o que pode gerar frustrações, já que cada rosto é único.
- O abuso em procedimentos estéticos pode levar a complicações de saúde e problemas emocionais, como queda na autoestima.
- A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou um portal com orientações sobre procedimentos estéticos, visando aumentar a segurança dos pacientes.
Nos últimos anos, os procedimentos estéticos viraram rotina entre os brasileiros. Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps), o Brasil já é o segundo país no mundo que mais realiza intervenções, atrás apenas dos EUA. Entre elas, a harmonização facial se tornou uma das mais procuradas.
Mas junto com a popularidade vieram os exageros. Pesquisas em revistas médicas mostram que preenchimentos em excesso e proporções artificiais — como lábios superdimensionados e maçãs do rosto marcadas demais — acabam comprometendo a naturalidade e estão entre as principais causas de arrependimento dos pacientes.
A influência das redes sociais
Mais da metade das pessoas que buscam procedimentos chega ao consultório com fotos de celebridades ou influenciadores como referência, de acordo com a American Society for Dermatologic Surgery (ASDS). O problema? Cada rosto é único — e tentar copiar ídolos midiáticos é abrir caminho para frustrações.
Nas redes, esse comportamento se mistura ao fenômeno da disformia corporal, quando filtros e imagens editadas fazem a pessoa enxergar defeitos que não existem.
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É nesse ponto que a Dra. Juliana Rampani, especialista em estética regenerativa, reforça:
*“Cada rosto tem sua própria beleza e identidade. Nem sempre o que funciona em uma celebridade será adequado para outra pessoa. O papel do profissional é orientar, mostrar limites e preservar a individualidade.”*
Quando a busca por perfeição vira risco
Os efeitos do exagero vão muito além da aparência. O abuso em procedimentos pode causar complicações graves à saúde, como problemas vasculares, formação de nódulos e deformidades faciais. No campo emocional, os riscos incluem queda na autoestima, frustração com a própria imagem e agravamento de transtornos psicológicos. Em muitos casos, é necessário acompanhamento profissional especializado para prevenir ou reverter esses danos.
A Dra. Juliana destaca que recebe, todos os meses, pacientes arrependidos:
*“Muitos chegam com resultados insatisfatórios de procedimentos feitos na pressa, com técnicas erradas ou produtos inadequados. A reversão é possível, mas nem sempre simples.”*
Anvisa reforça cuidados
Para tentar reduzir o número de procedimentos malsucedidos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou uma página na internet com orientações ao público.
O portal reúne informações sobre produtos aprovados e proibidos, além de trazer diretrizes sobre como denunciar irregularidades ou relatar problemas. A iniciativa busca dar mais transparência e ajudar pacientes a tomar decisões seguras antes de optar por qualquer intervenção estética.
Menos é mais: a tendência do “natural look”
De Londres a Seul, o conceito de resultados sutis e naturais domina o mercado. Em vez de transformar rostos, a ideia é realçar o que já existe de bonito.
No Brasil, essa visão começa a ganhar força.
*“Hoje, a maioria já entende que o objetivo não é mudar, mas envelhecer bem e suavizar marcas sem perder a identidade”*, afirma a especialista.
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O que considerar antes de fazer um procedimento
- Mudanças graduais: pequenas doses evitam arrependimentos.
- Avaliação individualizada: não existe padrão único de beleza.
- Profissionais qualificados: apenas médicos treinados e registrados devem aplicar.
- Produtos aprovados pela Anvisa: segurança em primeiro lugar.
- Expectativas realistas: ajustes sutis trazem maior satisfação no longo prazo.
Estética consciente como chave da autoestima
A harmonização facial pode ser uma grande aliada, desde que feita com equilíbrio. O excesso, além de aumentar complicações, costuma trazer mais frustração do que satisfação.
*“Mais do que mudar rostos, a harmonização deve valorizar o que já existe de belo. Esse equilíbrio é o que realmente fortalece a autoestima e a qualidade de vida”*, conclui a Dra. Juliana Rampani.