- A dor crônica afeta quase quatro em cada dez pessoas e é frequentemente invisível, resultando em estigmas sociais.
- Especialistas afirmam que a condição gera julgamentos, prejudicando a vida social e profissional dos pacientes.
- A dor crônica inclui doenças como fibromialgia, enxaqueca e artrite reumatoide, impactando o bem-estar emocional e financeiro.
- No ambiente de trabalho, pacientes enfrentam discriminação e pressão para cumprir metas, o que pode levar ao estresse e à saúde mental comprometida.
- Especialistas defendem uma abordagem multidisciplinar e políticas públicas para dar visibilidade à dor crônica e combater a discriminação.
A dor crônica, que afeta quase quatro em cada dez pessoas, é frequentemente invisível e mal compreendida, resultando em estigmas sociais. Especialistas alertam que essa condição gera julgamentos como “drama” ou “falta de vontade”, prejudicando a vida social e profissional dos pacientes. Fernando Jorge, membro da SBED, destaca que a dor crônica é subjetiva e interna, sem sinais visíveis que possam ser facilmente identificados.
A dor crônica inclui condições como fibromialgia, enxaqueca e artrite reumatoide, que impactam profundamente o bem-estar emocional e financeiro dos pacientes. Tiago de Paula, neurologista, ressalta que a enxaqueca, por exemplo, pode afetar não apenas a saúde física, mas também as relações pessoais e a vida profissional. O estigma social leva muitos a justificar sua dor, criando um “sofrimento sobre o sofrimento”, que resulta em ansiedade e depressão.
Desafios no Ambiente de Trabalho
No ambiente de trabalho, a discriminação é comum. Pacientes enfrentam pressão para cumprir metas e são frequentemente demitidos por baixa produtividade. Comentários passivo-agressivos, como “mais uma dorzinha hoje?”, são frequentes, levando muitos a esconder sua condição. Essa situação aumenta o estresse e compromete a saúde mental.
A dor crônica também é um fator de risco para o suicídio, com consequências que incluem baixa autoestima e isolamento. Fernando Jorge aponta que a falta de treinamento de profissionais de saúde pode atrasar diagnósticos, levando pacientes a se automedicarem, o que pode resultar em dependência química.
Necessidade de Abordagem Multidisciplinar
Para enfrentar esses desafios, especialistas defendem uma abordagem multidisciplinar e a implementação de políticas públicas que garantam visibilidade à dor crônica. Campanhas educativas podem ajudar a desmistificar a condição, enquanto a inclusão do ensino sobre dor na formação médica é considerada essencial. Além disso, é necessário adaptar as jornadas de trabalho e combater a discriminação, garantindo que as vozes dos pacientes sejam ouvidas na formulação de políticas de saúde.