A decisão do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, de zerar o imposto sobre diversos alimentos foi recebida com otimismo, pois promete aliviar os consumidores afetados pela inflação. Contudo, especialistas alertam que o impacto real nos preços pode ser limitado. Luciano Costa, economista-chefe da corretora Monte Bravo, afirma que os produtos isentos têm uma participação pequena […]
A decisão do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, de zerar o imposto sobre diversos alimentos foi recebida com otimismo, pois promete aliviar os consumidores afetados pela inflação. Contudo, especialistas alertam que o impacto real nos preços pode ser limitado. Luciano Costa, economista-chefe da corretora Monte Bravo, afirma que os produtos isentos têm uma participação pequena no consumo total, o que reduz a eficácia da medida. Por exemplo, apenas 0,6% do açúcar consumido no Brasil é importado, enquanto no milho esse número é de 0,2% e no café, 0,1%.
O BTG Pactual também considera a medida como tendo um “impacto limitado” nos preços locais. No setor de carnes, as importações representam menos de 1% do consumo doméstico, o que reforça a ideia de que a isenção não trará grandes mudanças. Igor Rocha, economista-chefe da Fiesp, destaca que a queda de preços é mais provável em setores com menor monopólio, mas a atuação dos governadores em relação ao ICMS será crucial para a efetividade da medida.
Além disso, o consultor em finanças Alvaro Bandeira expressa preocupação com a abordagem do governo, considerando-a um “ataque pontual a um problema estrutural”. Ele sugere que, embora possa haver efeitos positivos a curto prazo, há riscos de desgaste político com a bancada Agro no Congresso, que já criticou as ações de Alckmin como “ineficazes”. A incerteza fiscal também pode aumentar a demanda por moeda forte, elevando o dólar e, consequentemente, a inflação.
Assim, a expectativa é de que a medida traga algum alívio, mas os desafios estruturais e a reação do mercado podem limitar seus efeitos benéficos para os consumidores.
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