Agroindústria brasileira se destaca na agregação de valor e potencializa exportações

Historicamente, a economia brasileira tem forte presença do setor primário, focado na extração de recursos naturais e produção de alimentos, reflexo do contexto colonial. Após a emancipação de Portugal, surgiram as primeiras fábricas, permitindo a agregação de valor. Contudo, há uma visão equivocada de que o agronegócio se limita à exportação de grãos e carnes. Atualmente, o Brasil exporta também produtos de alto valor agregado, como óleos refinados e cortes premium.

Em 2024, o PIB das agroindústrias brasileiras alcançou R$ 627,5 milhões, representando 24,3% do PIB do agronegócio e 5,7% do PIB nacional. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as agroindústrias empregam 4,7 milhões de pessoas. O Brasil se destaca globalmente, sendo o maior exportador de suco de laranja e responsável por 27% do comércio global de carnes.

O setor sucroenergético também é relevante, com o Brasil liderando as exportações de açúcar. A produção de farelo e óleo de soja exemplifica a agregação de valor no setor de grãos. Na cadeia da carne bovina, a soja e o milho são processados em ração animal, aumentando o valor desde a colheita até a comercialização do boi abatido. Em fevereiro de 2025, a saca de soja era vendida a R$ 130, enquanto a arroba bovina estava em R$ 320.

O Brasil é o segundo maior produtor de etanol, utilizando principalmente cana-de-açúcar e milho. O processo de produção de etanol agrega valor em comparação à simples exportação de cana. Além disso, a sustentabilidade é promovida através do uso de subprodutos da cana. Apesar do avanço, ainda há potencial para crescimento no agronegócio, com estratégias de cooperação, inovação e certificações que podem aumentar a competitividade e gerar mais oportunidades.