Roubo de café aumenta no Brasil com alta dos preços e preocupa o setor agrícola

O Brasil, maior produtor de café do mundo, enfrenta um aumento alarmante nos roubos de grãos, especialmente com a alta dos preços do café arábica. Recentemente, a safra atual pode ser a pior da história em termos de criminalidade, com relatos de sequestros de motoristas e assaltos em fazendas.

Em um incidente recente, Donizete Guidini foi sequestrado enquanto transportava 30 toneladas de café em São Paulo. Criminosos armados o forçaram a parar e roubaram seu caminhão, abandonando-o vendado em um canavial. Os preços elevados do café, que atingiram patamares recordes, tornaram a safra um alvo atrativo para quadrilhas organizadas.

As cooperativas e o governo estão implementando medidas de segurança. A Cocapec, por exemplo, distribuiu folhetos com orientações de segurança para seus 3.000 associados e lançou um serviço de seguro gratuito para transporte de grãos. O governo de Minas Gerais, maior produtor do país, criou o programa “Campo Seguro” para combater crimes rurais.

Os dados mostram que, enquanto os roubos de carga em geral caíram, os roubos de café aumentaram nos últimos três anos. Especialistas afirmam que o café é mais difícil de rastrear, o que o torna um alvo preferido para criminosos. Alessandra Peloso, produtora de café, relatou o roubo de 163 sacas de grãos de seu armazém, destacando a facilidade com que os ladrões vendem o produto sem documentação.

Apesar dos desafios, há uma leve esperança. A carga sequestrada de Guidini foi recuperada em poucas horas, e um suspeito foi preso. Contudo, o setor cafeeiro ainda enfrenta dificuldades, como o aumento dos custos de produção e os efeitos das condições climáticas adversas.