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Nigerianos no exterior ampliam a desigualdade social em seu país natal

IJGBs retornam ao Brasil durante o "Detty December", acentuando a desigualdade social e econômica em meio a festas e ostentação.

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Por Revisado por: Time de Jornalismo Portal Tela

A presença de nigerianos que retornam ao país durante as festividades, conhecidos como IJGB (I Just Got Back), transforma o cenário urbano em um espetáculo de celebrações. Com suas malas cheias e influências culturais, esses visitantes trazem um impacto econômico significativo, especialmente em Lagos e Abuja. No entanto, essa movimentação também acentua a desigualdade social, […]

A presença de nigerianos que retornam ao país durante as festividades, conhecidos como IJGB (I Just Got Back), transforma o cenário urbano em um espetáculo de celebrações. Com suas malas cheias e influências culturais, esses visitantes trazem um impacto econômico significativo, especialmente em Lagos e Abuja. No entanto, essa movimentação também acentua a desigualdade social, uma vez que os preços disparam e os residentes locais se sentem excluídos de suas próprias cidades. O fenômeno é mais evidente durante o período conhecido como Detty December, quando o custo de vida se torna insuportável para muitos.

A disparidade econômica no país é alarmante. Dados de 2023 indicam que mais de 10% da população detém mais de 60% da riqueza nacional, enquanto cerca de 87 milhões de nigerianos vivem abaixo da linha da pobreza. O professor Martins Ifeanacho, da Universidade de Port Harcourt, aponta que essa divisão de classes se intensificou desde a independência em 1960, atribuída à ganância dos líderes políticos. A falta de oportunidades e a concentração de riqueza dificultam a mobilidade social, levando muitos a buscar uma vida melhor fora do país.

O desejo de emigrar, especialmente entre os jovens, é crescente. Um estudo de 2022 revelou que 70% dos jovens nigerianos considerariam deixar o país se tivessem a chance. Essa busca por melhores condições de vida, chamada de japa, reflete uma cultura aspiracional que valoriza o sucesso a qualquer custo. Lulu Okwara, uma recrutadora de 28 anos, destaca a pressão para ter êxito, especialmente para aqueles de classes mais baixas, que veem no retorno ao país uma oportunidade de reafirmar seu status.

A influência dos IJGBs também se manifesta nas interações sociais, onde o sotaque e a aparência podem abrir portas. No entanto, há críticas sobre a superficialidade de algumas dessas aparências, com relatos de visitantes que tentam manter uma imagem de riqueza, mas que, na realidade, enfrentam dificuldades financeiras. O empresário Bizzle Osikoya menciona que alguns IJGBs tentaram reembolsos após eventos, revelando a pressão para manter uma fachada de sucesso em um ambiente onde a exibição de riqueza é constantemente avaliada.

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