Rússia busca adolescentes e idosos para suprir escassez de mão de obra em meio à guerra
A taxa de desemprego na Rússia atingiu um recorde de baixa, caindo para 2,3% em outubro, conforme divulgado pelo Serviço Federal de Estatísticas. Apesar desse número impressionante, a escassez de mão de obra, exacerbada pela invasão da Ucrânia em 2022, está dificultando o funcionamento das empresas. O economista-chefe do CentroCredit Bank, Evgeny Suvorov, destacou que a saída de centenas de milhares de pessoas do país e a competição por funcionários estão criando um cenário desafiador para o mercado de trabalho.
Os salários aumentaram quase 20% em relação ao ano anterior, o que, segundo Suvorov, gera um "risco significativo de inflação". O aumento dos preços está próximo de 9% neste ano, conforme o Ministério da Economia. A guerra intensificou um déficit agudo de trabalhadores em diversos setores, levando as empresas a competirem por talentos escassos, o que, por sua vez, pressiona ainda mais os salários e a inflação.
A demanda por trabalhadores jovens, especialmente entre 16 e 18 anos, dobrou nos setores de alimentação e varejo. Um hotel em Moscou, por exemplo, teve que contratar estudantes do ensino médio para suprir a falta de camareiras. Além disso, a idade média dos especialistas qualificados aumentou, com muitos empregadores implorando para que funcionários próximos da aposentadoria permaneçam no trabalho, dada a escassez de novos talentos.
A Magnit, uma das maiores redes de varejo da Rússia, começou a recrutar no Uzbequistão e planeja expandir essa busca para outros países. Atualmente, há cinco vagas de emprego abertas para cada russo desempregado, a maior lacuna em 19 anos. Com a saída de cerca de um milhão de trabalhadores migrantes em 2024 e a desvalorização do rublo, a situação se torna ainda mais crítica. Especialistas sugerem que a solução para a escassez de mão de obra pode estar na modernização e aumento da produtividade.