A China enfrenta um ciclo deflacionário persistente, caminhando para a maior sequência de declínios de preços desde os anos 1960, conforme apontam analistas. A deflação se manteve por dois anos consecutivos em 2024, com dados oficiais a serem divulgados na sexta-feira. Economistas de grandes bancos, como JPMorgan e Citigroup, preveem que essa tendência se prolongará […]
A China enfrenta um ciclo deflacionário persistente, caminhando para a maior sequência de declínios de preços desde os anos 1960, conforme apontam analistas. A deflação se manteve por dois anos consecutivos em 2024, com dados oficiais a serem divulgados na sexta-feira. Economistas de grandes bancos, como JPMorgan e Citigroup, preveem que essa tendência se prolongará até 2025, refletindo uma vulnerabilidade econômica que pode ter sido ofuscada pela recuperação do crescimento no final de 2023.
O deflator do produto interno bruto (PIB), que mede as mudanças de preços, deve registrar -0,2% em 2025, segundo a mediana das previsões de 15 analistas consultados pela Bloomberg. Isso contrasta com uma média de 3,4% na década anterior à pandemia. Frederic Neumann, economista-chefe para a Ásia do HSBC, destacou a necessidade de “estímulo, estímulo, estímulo”, especialmente no lado fiscal, para que a China consiga sair da desinflação.
A iminente guerra comercial com os EUA pode agravar a situação, forçando os exportadores a buscar compradores internos. Os dados que serão divulgados também abordarão o mercado imobiliário e o setor de varejo, em um momento crítico, com Donald Trump prestes a retornar à Casa Branca e ameaçar tarifas que podem impactar o comércio com a China. A crise habitacional, que eliminou cerca de US$ 18 trilhões em riqueza das famílias, é um fator crucial que impede a recuperação econômica.
Apesar dos desafios, as exportações e a melhora nas vendas de imóveis e no consumo varejista podem ter contribuído para que a China atingisse a meta de crescimento de cerca de 5% em 2024. Economistas estimam um crescimento real do PIB de 4,9% para este ano, impulsionado por estímulos governamentais. Entretanto, o investimento imobiliário continua em contração, e o crescimento da produção industrial superou a recuperação nas vendas no varejo, indicando um desequilíbrio estrutural na economia.
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