A geopolítica mundial está passando por transformações significativas, especialmente nas relações comerciais entre as duas maiores economias, Estados Unidos e China. A crescente tensão entre esses países, caracterizada por tarifas e retaliações, evidencia uma verdadeira guerra comercial. Além disso, a reorganização das cadeias globais de valor e o ressurgimento de discursos nacionalistas têm gerado um […]
A geopolítica mundial está passando por transformações significativas, especialmente nas relações comerciais entre as duas maiores economias, Estados Unidos e China. A crescente tensão entre esses países, caracterizada por tarifas e retaliações, evidencia uma verdadeira guerra comercial. Além disso, a reorganização das cadeias globais de valor e o ressurgimento de discursos nacionalistas têm gerado um ambiente de proteção à produção local, com acusações de desrespeito às regras do comércio internacional.
Um conceito que se destaca nesse novo cenário é o “ciúme comercial”, introduzido por David Hume no século XVIII. Esse termo descreve a suspeita em relação a produtos importados e a preferência por produtos nacionais, especialmente quando um país acredita ter vantagens competitivas. O ciúme comercial pode ser estimulado, levando a ações que incluem ataques à produção estrangeira e defesa da produção local, refletindo uma dinâmica que já impacta não apenas governos, mas também empresas e consumidores.
As empresas estão sob pressão para se alinhar a pautas nacionalistas, influenciadas por exigências governamentais e pela opinião pública. Campanhas que incentivam o consumo de produtos nacionais ou boicotes a produtos estrangeiros estão se tornando comuns, refletindo um patriotismo econômico crescente. O recente caso das exportações de carne brasileira para a França exemplifica como o Brasil também enfrenta essas tensões.
Diante desse cenário desafiador, marcado por desinformação e enfraquecimento das democracias, é essencial que líderes empresariais compreendam a nova realidade. Identificar sinais de ciúme comercial em debates públicos pode ajudar a evitar tensões nacionalistas. Além disso, é importante desenvolver estratégias de comunicação que promovam a cooperação internacional, sem desconsiderar as preferências locais, para mitigar os riscos de crises reputacionais e boicotes.
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