Japão enfrenta incertezas econômicas e inflação acima da meta do Banco do Japão

O governo do Japão avalia que a economia do país apresenta recuperação moderada, mas alerta para incertezas geradas pelas políticas comerciais dos Estados Unidos. O relatório mensal do Gabinete do Governo, divulgado nesta sexta-feira, 18, indica que o governo tomará “todas as medidas possíveis” para responder às tarifas americanas.

Apesar da melhora no emprego e renda, o sentimento do consumidor permanece fraco. Investimentos empresariais e exportações mostram sinais de recuperação, com lucros corporativos estáveis e produção industrial em alta. O governo destaca a necessidade de garantir o suporte econômico e fiscal.

O documento aponta que os riscos de desaceleração econômica aumentam devido ao impacto das tarifas dos EUA. A alta dos preços também representa um risco negativo para o consumo, impactando o sentimento do consumidor.

A inflação no Japão atingiu 3,2% em março, superando a meta de 2% do Banco do Japão (BoJ) por 35 meses consecutivos. O aumento foi impulsionado pelos preços de hotéis, alimentos, repolho (alta de 111,6%) e arroz (alta de 92,5%).

O governo japonês busca uma “Economia Orientada para o Crescimento, Impulsionada por Aumentos Salariais e Investimentos”. Espera que o BoJ alcance a meta de estabilidade de preços de 2% de forma sustentável, conduzindo uma política monetária adequada.

Projeções do Banco do Japão estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) do país crescerá 1,1% neste ano. Analistas do Nomura revisaram a expectativa de alta de juros, prevendo apenas um aumento até março de 2027, em janeiro de 2026.

As tarifas de Trump podem pressionar o PIB japonês para baixo, limitando a capacidade do BoJ de aumentar as taxas. A expectativa é de crescimento “próximo de zero” no terceiro trimestre de 2025 devido às tarifas. O crescimento salarial pode ser afetado nas negociações de 2026.