Beijing realizou a “Beijing Art Season”, que incluiu o Gallery Weekend Beijing e duas feiras de arte locais, de 22 de maio a 1 de junho. O evento teve menos galerias internacionais devido a tensões comerciais entre os EUA e a China, mas ainda atraiu colecionadores de países como Alemanha, Reino Unido e Japão. O cofundador da HdM Gallery, Laurent Dassault, comentou que o clima em Beijing é mais otimista do que na Europa, onde colecionadores estão hesitantes em comprar. O Beijing Dangdai cresceu de 32 para 87 galerias desde 2018, mostrando a demanda local por arte contemporânea. Obras com preços abaixo de 500 mil yuan são mais fáceis de vender, enquanto as acima de 1 milhão de yuan são mais complicadas. Beijing busca recuperar sua influência cultural, ofuscada por Xangai, que recebeu mais investimentos. O GWBJ agora é apenas por convite e sem taxas, e um centro de arte isento de impostos foi criado para ajudar galerias. No entanto, galerias dos EUA enfrentam dificuldades devido a tarifas que aumentam os custos de importação. Apesar dos desafios, Beijing se destaca como um novo centro para a arte contemporânea, atraindo mais atenção de colecionadores e galerias internacionais.
Beijing encerrou no último domingo a inauguração da “Beijing Art Season”, que incluiu o tradicional Gallery Weekend Beijing (GWBJ) e duas feiras de arte locais, Beijing Dangdai e Art021. O evento ocorreu em um contexto de tensões comerciais entre EUA e China, que recentemente passaram por uma reaproximação diplomática.
A edição deste ano, realizada de 22 de maio a 1 de junho, foi marcada por uma participação reduzida de galerias internacionais. O setor de visitação do GWBJ, que costumava convidar galerias estrangeiras, foi cancelado, refletindo um mercado em transformação. Apesar disso, colecionadores e curadores de países como Alemanha, Reino Unido e Japão compareceram para avaliar o cenário artístico.
Laurent Dassault, cofundador da HdM Gallery, destacou que o clima em Beijing é mais otimista do que na Europa, onde muitos colecionadores hesitam em realizar compras devido à incerteza econômica. “Ainda temos longas listas de espera de colecionadores chineses para certos artistas,” afirmou. Essa percepção é compartilhada por outros galeristas, que veem em Beijing uma oportunidade crescente, especialmente com a desaceleração do mercado europeu.
Mudanças no Mercado de Arte
O Beijing Dangdai, que cresceu de 32 para 87 galerias participantes desde sua primeira edição em 2018, reflete a demanda local por arte contemporânea internacional. Janet Kong, consultora de arte em Xangai, observou que obras abaixo de 500 mil yuan (aproximadamente R$ 69.500) são mais facilmente adquiridas, enquanto preços acima de 1 milhão de yuan (cerca de R$ 138.900) tornam a decisão mais complexa.
Beijing, que já foi o centro da cena artística contemporânea da China, agora busca recuperar sua influência cultural, ofuscada por Xangai, que se beneficiou de investimentos governamentais e um ambiente de censura mais flexível. Yan Mingdan, gerente da 798 Culture and Technology Company, afirmou que a cidade está se esforçando para reativar seu ecossistema artístico com apoio governamental.
Iniciativas e Desafios
O GWBJ mudou para um formato apenas por convite, sem taxas de participação, visando estabelecer o evento como um marco cultural. Além disso, o Tianzhu Comprehensive Free Trade Zone lançou o primeiro centro de arte isento de impostos em Beijing, facilitando a operação de galerias e a normalização de modelos de negócios.
Entretanto, galerias dos EUA enfrentam desafios devido a tarifas que aumentam os custos de importação de obras. Cara Zhuang, representante da Paula Cooper Gallery, destacou que a situação dificulta colaborações institucionais, tornando incerta a realização de exposições significativas na China.
Com a busca por um espaço mais dinâmico e a adaptação às novas realidades do mercado, Beijing se posiciona como um polo emergente para a arte contemporânea, atraindo cada vez mais a atenção de colecionadores e galerias internacionais.
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