06 de dez 2024
Dólar atinge novo recorde de fechamento a R$ 6,07 e especialistas projetam alta contínua
O dólar à vista fechou a R$ 6,0713, atingindo nova alta histórica. Dados de confiança do consumidor nos EUA impulsionaram a valorização global do dólar. Incertezas sobre o pacote fiscal brasileiro aumentam a pressão sobre o real. Economistas preveem que o dólar permanecerá acima de R$ 6 no curto prazo. Expectativas de políticas protecionistas dos EUA impactam negativamente moedas emergentes.
Foto: Reprodução
O dólar à vista encerrou a sessão de sexta-feira em alta, atingindo um novo recorde histórico de fechamento, cotado a R$ 6,0713, após uma valorização global da moeda americana. O aumento foi impulsionado por dados positivos sobre a confiança do consumidor nos Estados Unidos e incertezas locais relacionadas à aprovação de projetos de corte de gastos no Congresso. Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 5,9836 e R$ 6,0919, acumulando uma alta de 1,18% na semana e 25,12% no ano.
O euro também apresentou valorização, fechando a R$ 6,4089, com um aumento semanal de 0,95%. O índice DXY, que mede a força do dólar, subiu 0,32%, refletindo a recuperação da moeda americana após dados de emprego que inicialmente causaram uma queda. O economista Ruben Abargues, da Capital Economics, destacou que o aumento na confiança do consumidor sugere um crescimento sólido nos gastos das famílias, contribuindo para a valorização do dólar.
As incertezas em relação ao pacote fiscal do governo brasileiro e as expectativas sobre a política econômica dos Estados Unidos, especialmente com a posse do novo governo em janeiro, geraram preocupações entre investidores. Luciano Costa, economista-chefe da corretora Monte Bravo, prevê que o dólar deve permanecer acima de R$ 6 no curto e médio prazo, citando a possibilidade de tarifas e medidas protecionistas que podem impactar negativamente o Brasil e o México.
Especialistas apontam que a falta de clareza no pacote fiscal e a percepção de risco aumentada entre investidores têm pressionado o real. O dólar fechou a R$ 6,0766 na sexta-feira, com analistas como Thiago Avallone, da Manchester Investimentos, alertando para a continuidade dessa pressão cambial. A expectativa é que, mesmo com a definição de medidas no futuro, o câmbio flutue entre R$ 5,90 e R$ 6,10 ao longo do próximo ano, dependendo da dinâmica política e econômica interna e externa.
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