Uma pesquisa pré-Copom do BTG Pactual revelou que 78% dos agentes do mercado esperam uma elevação da Selic em 0,75 ponto porcentual na reunião de dezembro, que se inicia na próxima terça-feira. A maioria dos participantes acredita que a decisão será unânime, sendo esta a última reunião sob a presidência de Roberto Campos Neto. Enquanto 15% preveem uma alta de 1 ponto percentual, outros apostam em um aumento de apenas 50 pontos-base. Para janeiro, 61% dos entrevistados projetam nova elevação de 0,75 pp.

As taxas dos DIs dispararam na sexta-feira, acumulando um avanço próximo de 70 pontos-base em alguns vencimentos, em meio a temores sobre a aprovação do pacote de ajuste fiscal do governo no Congresso. A taxa do DI para janeiro de 2025 subiu para 11,854%, enquanto a de janeiro de 2027 atingiu 14,725%. O aumento das taxas reflete a desconfiança do mercado em relação ao pacote fiscal, especialmente com a resistência de parlamentares em alterar benefícios sociais.

O clima de incerteza foi intensificado por notícias de que parlamentares estão relutantes em mexer no Benefício de Prestação Continuada (BPC). Rafael Sueishi, da Manchester Investimentos, destacou que o mercado está cauteloso quanto à aprovação das propostas, apesar da urgência já aprovada. A taxa do DI para janeiro de 2028 chegou a 14,81%, evidenciando o estresse do mercado, que busca sinais positivos do Congresso.

Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano, e as expectativas de alta foram ajustadas, com 59% dos investidores precificando uma elevação de 100 pontos-base na próxima reunião, em comparação a 41% para 75 pontos-base. O cenário fiscal conturbado tem ofuscado as influências externas, com o rendimento do Treasury de dez anos caindo para 4,159%.