As taxas do Tesouro IPCA+, conhecidas como Notas do Tesouro Nacional (NTN-B), estão apresentando um retorno acima de 7% ao ano, um patamar que não era visto há anos. Contudo, essa atratividade levanta preocupações sobre a capacidade do governo brasileiro de honrar suas dívidas. Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde, alertou que, mesmo com a […]
As taxas do Tesouro IPCA+, conhecidas como Notas do Tesouro Nacional (NTN-B), estão apresentando um retorno acima de 7% ao ano, um patamar que não era visto há anos. Contudo, essa atratividade levanta preocupações sobre a capacidade do governo brasileiro de honrar suas dívidas. Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde, alertou que, mesmo com a NTN-B com vencimento em 2035 pagando 7,85%, o retorno real não será sustentável, pois “o Brasil quebra antes”. Ele enfatizou que o mercado financeiro sempre avaliará a sustentabilidade da dívida ao precificar riscos.
Stuhlberger também mencionou que um ganho de 15% líquido em investimentos isentos de imposto de renda é um “piquenique à beira do vulcão”, indicando a fragilidade da situação econômica. Ele acredita que mudanças são necessárias, seja na administração atual ou na mentalidade do governo, para evitar um cenário de juros altos por longos períodos. Apesar do pessimismo, ele não considera que este seja o momento ideal para comprar dólares, já que o debate sobre os problemas do Brasil deve ser retomado com o retorno das atividades legislativas.
O gestor fez comentários positivos sobre a transição do Banco Central para Gabriel Galípolo, destacando que as duas altas de juros de 100 pontos-base foram bem recebidas. Ele acredita que a gestão atual do Banco Central tem superado as expectativas, o que pode trazer um alívio ao mercado. No entanto, Stuhlberger ressalta que o Brasil não é um gerador de alfa, mas sim um país que depende de tendências globais, sem inovações significativas que possam impulsionar seu crescimento.
A falta de interesse de investidores estrangeiros no Brasil, mesmo com juros elevados, é um sinal de alerta. Os títulos públicos americanos continuam oferecendo retornos atrativos, enquanto a bolsa brasileira, após uma alta de 30%, já não parece tão barata. Stuhlberger sugere que os investidores brasileiros reconsiderem suas carteiras, buscando diversificação geográfica e alocação em ativos que possam oferecer crescimento real, ao invés de se restringirem a investimentos locais em um cenário econômico desafiador.
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