MPT investiga maus tratos e condições insalubres em obras da fábrica da BYD na Bahia
O Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT-BA) iniciou uma investigação sobre as condições de trabalho nas obras da fábrica da montadora BYD em Camaçari, após uma denúncia anônima recebida em 30 de setembro. O inquérito abrange não apenas a montadora chinesa, mas também três empresas terceirizadas: Jinjiang Group, AE Corp e Open Steel. As apurações incluem relatos de violência física e a análise dos planos de saúde ocupacional e prevenção de acidentes.
Em resposta às denúncias, a BYD expressou repúdio ao tratamento dado aos trabalhadores e determinou o afastamento dos agressores, além de exigir que as empresas terceirizadas tomem providências urgentes para evitar a repetição de tais incidentes. A montadora também se comprometeu a colaborar com o MPT, que já realizou uma inspeção no local e pode realizar novas visitas para garantir a segurança dos empregados.
O procurador responsável pelo inquérito, Bernardo Guimarães, destacou a necessidade de correção de procedimentos relacionados ao ambiente de trabalho. O MPT está coletando informações e documentos, como contratos de trabalho e vistos de funcionários estrangeiros, para avaliar as condições de saúde e segurança dos trabalhadores, que incluem cerca de 500 operários chineses.
A BYD, que anunciou um investimento de R$ 5,5 bilhões na nova fábrica, espera gerar até 20 mil empregos diretos e indiretos. A planta, que está sendo construída no local da antiga fábrica da Ford, deve iniciar a produção em 2025, com capacidade para 150 mil veículos por ano na primeira fase. A empresa também planeja construir moradias para os funcionários a 3,5 km do complexo.