Uma das maiores esmeraldas já descobertas, a esmeralda Bahía, pesa 380 quilos e possui 180.000 quilates. Atualmente, encontra-se sob custódia da polícia de Los Angeles, após ter sido retirada do Brasil de forma ilegal em 2005. A gema foi confiscada em uma operação em Las Vegas em 2008, e desde então, está envolta em um complexo litígio judicial que envolve o Estado brasileiro e diversas partes nos Estados Unidos que alegam ser proprietárias.

O juiz federal Reggie Walton decidiu em favor do Brasil em novembro de 2023, autorizando a repatriação da esmeralda. No entanto, ainda cabe recurso. A história da esmeralda é marcada por transações obscuras, incluindo uma tentativa de venda no eBay por 19 milhões de dólares e um episódio em que sobreviveu ao furacão Katrina. A gemóloga Monica Correa, que analisou várias esmeraldas da região, destaca a singularidade da peça, que está incrustada em biotita, um mineral negro.

A sierra de Carnaíba, onde a esmeralda foi descoberta em 2001, é considerada a capital brasileira das esmeraldas. Desde então, foram encontradas outras cinco esmeraldas gigantes na região. Os garimpeiros locais, organizados em cooperativas, continuam a extrair pedras preciosas, com 400 toneladas extraídas no último ano. A possibilidade de que a esmeralda Bahía seja depositada no Museu Geológico da Bahia, que celebra seu cinquentenário em 2025, é uma das opções discutidas, embora ainda não haja contato oficial sobre isso.

Além do valor monetário, a esmeralda possui um significativo valor patrimonial, representando a história e a cultura da comunidade garimpeira. O museu, que abriga um rico patrimônio geológico, poderia se tornar o novo lar da esmeralda, caso a repatriação se concretize. A saga da esmeralda Bahía, repleta de reviravoltas, continua a capturar a atenção de especialistas e do público, refletindo a complexidade do patrimônio cultural brasileiro.