Após uma negociação que durou mais de oito horas, o plano de recuperação judicial da OEC, empresa de construção da Novonor, foi aprovado pela assembleia geral de credores em São Paulo, na sexta-feira, 7. Dos quase três mil credores, 1.429 compareceram, com uma aprovação superior a 92% em todas as classes, enquanto apenas 20 votaram […]
Após uma negociação que durou mais de oito horas, o plano de recuperação judicial da OEC, empresa de construção da Novonor, foi aprovado pela assembleia geral de credores em São Paulo, na sexta-feira, 7. Dos quase três mil credores, 1.429 compareceram, com uma aprovação superior a 92% em todas as classes, enquanto apenas 20 votaram contra. A dívida financeira da construtora, que era de US$ 3,6 bilhões, foi reduzida para cerca de US$ 50 milhões. O advogado da OEC, Eduardo Munhoz, destacou que a proposta ainda precisa da homologação judicial.
A votação do plano, que havia sido adiada na semana anterior por falta de quórum, enfrentou tentativas de suspensão por parte dos fundos Fidera e Pala, que são grandes credores. Eles questionaram a legalidade do plano, mas a OEC não acatou o pedido. A assembleia, que começou às 14h, terminou apenas às 22h30. O juiz do caso, Paulo Furtado de Oliveira Filho, havia solicitado alterações no plano devido a um suposto conflito de interesse do BTG, maior credor quirografário, que também atuará como investidor âncora.
As mudanças no plano incluem uma melhoria nas condições de pagamento para credores, permitindo que valores acima de R$ 28 milhões sejam pagos em até 24 meses. Os credores quirografários ainda podem enfrentar um deságio de até 99%. O plano aprovado, segundo Munhoz, representa uma solução definitiva para a crise da empresa, com a única dívida restante sendo o financiamento DIP de US$ 120 milhões, que deverá ser utilizado para quitar o plano e fortalecer o fluxo de caixa.
Apesar da aprovação, alguns credores, como Paulo Campana, que representa bondholders, mantiveram o voto contrário, alegando que não houve mudanças significativas para sua classe e que o conflito de interesse do BTG persiste. A administradora judicial, Joice Ruiz, afirmou que não há prazo definido para a homologação do plano, mas a expectativa é que ocorra até o final do mês. Os fundos Fidera, Pala e o BTG não se pronunciaram até a publicação desta reportagem.
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