10 de fev 2025

Projetos de reflorestamento impulsionam mercado de créditos de carbono no Brasil em 2024
O mercado voluntário de créditos de carbono movimentou entre US$ 1,4 bilhão e US$ 1,5 bilhão em 2024, estável em relação a 2023. Avanços significativos incluem a conclusão do Artigo 6 do Acordo de Paris e novos padrões de qualidade. O Brasil regulamentou o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), essencial para a governança do setor. Estima se que o mercado possa alcançar até US$ 3 bilhões em 2025, impulsionado por projetos de remoção de carbono. A introdução do selo Core Carbon Principles (CCP) aumentou a confiança e a aposentadoria de créditos, atingindo 168 mega toneladas em 2024.
Foto:Reprodução
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O mercado voluntário de créditos de carbono enfrentou desafios em 2024, refletindo incertezas e a reavaliação de estratégias de sustentabilidade por empresas. De acordo com a consultoria Systemica, o valor das negociações no mercado primário variou entre US$ 1,4 bilhão e US$ 1,5 bilhão, mantendo-se estável em relação a 2023, mas abaixo do pico de US$ 1,7 bilhão a US$ 2 bilhões em 2022. Munir Soares, CEO da Systemica, destaca que, apesar da estagnação, o ano foi marcado por resiliência e avanços nas discussões internacionais sobre padrões de qualidade.
Entre os marcos de 2024, estão a conclusão das negociações sobre o Artigo 6 do Acordo de Paris, que estabelece o mercado internacional de carbono, e a aprovação de novos padrões de integridade pelo ICVCM. No Brasil, a regulamentação do mercado de carbono e a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) são vistas como fundamentais para fortalecer a governança e posicionar o país como líder em sustentabilidade. Soares enfatiza a importância de um posicionamento claro do Brasil para garantir a confiabilidade em projetos como reflorestamento e REDD+.
As projeções para 2025 indicam um potencial crescimento do mercado, que pode alcançar até US$ 3 bilhões e até US$ 35 bilhões até o final da década. O aumento da demanda por projetos de alta integridade e a diversificação dos compradores são sinais positivos. Em 2024, cerca de 6.500 empresas participaram do mercado voluntário, e um recorde de investimentos em novos projetos foi registrado, superando US$ 14 bilhões até setembro. Soares acredita que a expansão do mercado depende da oferta de créditos certificados pelo Core Carbon Principles (CCP) e da validação de novos projetos.
O setor, após um crescimento acelerado até 2022, enfrentou críticas sobre a integridade de suas metodologias, especialmente em projetos como o REDD+. Em resposta, iniciativas para aumentar a transparência foram implementadas, como a introdução do selo CCP. Em 2024, foram certificadas novas metodologias, resultando em um recorde de 168 mega toneladas de gás carbônico equivalente (MtCO₂e) aposentadas. Soares acredita que a recuperação dos preços dos créditos pode ocorrer com a emissão dos primeiros créditos sob essas novas metodologias, sinalizando um possível retorno à confiança no mercado.
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